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| | Olivença, Posições e Resoluções possíveis. | |
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+4Peregrino Condestavel Longair IzNoGuud 8 participantes | |
Qual a saída que estariam dispostos a aceitar? | Nenhuma, Olivença é NOSSA. | | 29% | [ 6 ] | Nenhuma, Olivença é Espanhola | | 19% | [ 4 ] | Olivença é nossa, mas aceito uma Governação conjunta | | 0% | [ 0 ] | Olivença é espanhola, mas aceitaria uma Governação conjunta | | 0% | [ 0 ] | Olivença ter uma soberania e governação conjunta | | 0% | [ 0 ] | Olivença ter um estatuto especial, semelhante ao de Andorra | | 52% | [ 11 ] | Vender-se Olivença a Espanha | | 0% | [ 0 ] |
| Total de votos : 21 | | |
| Autor | Mensagem |
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Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Sáb 21 Abr - 11:43 | |
| ...................../............... Outro SONETO, dedicado ao mesmo tema do anterior SONETO AS UM SALVAMENTO MARÍTIMO, APÓS UM NAUFRÁGIO DE UMA JOVEM INDIANA POR UM GRANDE GENERAL PORTUGUÊS(O POETA IMAGINA SER O GENERAL) Não assustes. oh bárbaro elemento, a inocente, que tenho ao peito unida, que à glória desta acção compadecida respeita até das ondas o violento. Tu logras o furor, eu logro o intento de ficarmos com sorte repartida: asilo nobre de uma tenra vida; sepulcro avaro de ouro macilento. Se tenho a varonil integridade, que consegues no horror dessa inclemência, ou que importa a infeliz calamidade? Quando fica no exemplo da violência desprezado o interesse da piedade, e vencida a desgraça da inocência. Soneto ao Rei D. Pedro II, que, por ter morrido, não chegou a ver a sua própria estátua de pedra. Senhor, a vossa efígie venerada é por vós com razão desconhecida; porque ficou na cópia pareceda de reverente a pedra desmaiada. Que importa que do artífice lavrada pareça que o cinzel lhe infunde a vida, se a grandeza só pode esclarecida ser nas vossas vitórias retratada? Estranhais esta imagem justamente, se a luz original está diante, o reflexo perdeu-se de repente. ´Inda sendo o retrato semelhante, porque em chegando o Sol a estar presente, mudam sempre as estrelas de semblante. SONETO ao conquistador grego (Macedónio) Alexandre Magno, apertando com o seu diadema as feridas de Lisímaco. Senhor, tenha o diadema lugar justo, que eu temo vê-lo menos respeitado, que importa a minha vida ao teu estado, se a reservas do estrago para o susto? Não pode altivo, o meu valor robusto permitir, que o diadema venerado fique nestas feridas profanado se as recebi por conservar o augusto. Se te fez vencedor esta façanha, será tanta piedade em tanta glória satisfação heróica, mas estranha. Não percas no triunfo esta memória, que só crescem regados na campanha com sangue ilustre os louros da vitória. OUTRO soneto a Alexandre em situação idêntica ao anterior. Rompe o sacro diadema persuadido que fica certamente mais honrado nas ilustres feridas de um soldado que quando a régia fronte está cingido. Felizmente em pedaços dividido, do teu sangue na púrpura banhado, se até aqui o lograva afortunado agora é que o mereço esclarecido. Porque heróico às virtudes raras se una, com justiça exército esta piedade, que aceitar teu valor tanto repugna. Remunero igualmente a heroicidade, que a vitória é acaso da fortuna, e o prémio distinção da majestade. SONETO A UM FIDALGO MORTO POR UM TOURO (este vai REPETIDO) Dos golpes no confuso labirinto morre ao mais duro o touro mais atento, pois sendo igual em todos o instrumento em tudo o braço heróico o fez distinto. Em cólera abrasado, em sangue tinto, conhece o bruto o alto régio alento, e ilustrando na morte o nascimento obrou como a razão o que era instinto. Para acabar elege uma ferida, mas na eleição a rápida braveza passa de irracional, fica estendida. E em régia adoração de tanta alteza, chega hoje a ser o estrago de uma vida mais que injúria, lisonja à natureza. Soneto a um coronel, tido como cruel para os seus subordinados, e... zarolho! Este soneto ainda era considerado desrespeitoso em 1855. Coronel satanás, Fernão zarolho, cruel hárpia das que o abismo encerra, na empresa de afligires esta terra de que serve o bastão, se tens esse olho? Vai-te deitar na granja de remolho onde o vilão, porque o escorchas, berra; pois não é para o ilustre ardor da guerra Abóbora com feitio de repolho. Se soubeste juntar com força rara, sendo em ti o prender genealogia, de galinha o louvor, de mono a cara, anda, prende, e "ateima" na porfia, pois em Aldegavinha tens a vara e n´Ásia, em Cananor, a feitoria. Soneto a um pregador, a um "cura", da Ordem dos Grilos, célebre pelo seu amor à bebida. Este soneto é o ÙLTIMO que chegou até nós de CAETANO JOSÉ DA SILVA SOUTO-MAIOR, tendo-se perdido muitos, muitos mais... Tal sermão, e tão grande, e sem parelha do nosso reverendo Frei Palrilha, será d´asnos oitava maravilha por somente constar de muita orelha. Eu quando o vi com cara tão vermelha, dizendo as asnidades em quadrilha, sem reparar nos calos da servilha julguei tudo fumaças da botelha. Se o sermão se pregasse na Pampulha, de toda a marotice a vil canalha, metera muito embora o frade a bulha. Mas eu venho a inferir nesta baralha que ou o tal frade a todos nos empulha, ou ele certamente come palha. OS 22 sonetos sobreviventes de Caetano José da Silva Souto-Maior foram "salvos" por José Maria da Costa e Siva, e publicados em 1855. Há outros poemas "sobreviventes".... Gentilmente cedido por Sr. Dr. Carlos Luna |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Qui 26 Abr - 4:22 | |
| Jornal "TINTA FRESCA" Edição Nº 78 Director: Mário Lopes Sexta, 6 de Abril de 2007 Torres Vedras Cooperativa de Comunicação e Cultura evoca Guerras Napoleónicas Cartaz A Cooperativa de Comunicação e Cultura (CCC), de Torres Vedras, em parceria com o Clube Militar de Oficiais de Mafra (CMOM) vai realizar, entre Abril e Maio, um conjunto de actividades subordinada ao tema “Evocação das Guerras Napoleónicas”, composto por um colóquio, no dia 28 de Abril, no Auditório da Câmara municipal de Torres Vedras (entrada livre), um concerto no dia 29 de Abril, com a Concerto da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana e, no dia 5 de Maio, uma visita temática a Elvas e Olivença. Manifestar interesse pelos momentos mais marcantes da história do nosso País constitui uma postura salutar ao permitir estabelecer uma estreita ligação com as nossas raízes e com a nossa memória colectiva. Deste modo é possível efectuar uma análise mais consistente do presente com o intuito de perspectivarmos o futuro das gerações que nos sucedem e pelas quais somos, inequivocamente, responsáveis. Com este propósito, as direcções da CCC e do CMOM primam por levar às suas comunidades associativas um conhecimento alargado do fenómeno do qual se celebra o 200º aniversário e que varreu a Europa do século XVIII, alterou as fronteiras de então, matou ou estropiou milhares de homens ao serviço dos exércitos em confronto, levou ao cadafalso figuras reinantes das potências da época, modificou as relações sociais dos cidadãos europeus, revolucionou o mundo das ideias e das artes, com repercussões muito significativas na vida pública e privada de Portugal. O conjunto de intervenções que decorrerão sob o tema da Revolução Francesa e das Guerras Napoleónicas, proferidas por estudiosos desta realidade histórica, inquestionavelmente reconhecidos na sociedade portuguesa, o concerto da prestigiada Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, cujo programa ambicioso é composto por peças musicais de indiscutível êxito internacional, complementados por uma visita à região de Elvas, palco Alentejano de tantas páginas heróicas da história de Portugal e à polémica cidade de Olivença, origem de paixões e de comprometedores silêncios, constitui um todo harmonioso que, certamente, irá aliciar os sócios das duas instituições. Programa 28 de Abril > 14h >> Auditório da Câmara municipal de Torres Vedras (entrada livre) · 14h00 Abertura do colóquio · 14h10 Notas introdutórias · 14h15 "O poder continental nas guerras napoleónicas" MGEN José Manuel Freire Nogueira · 15h00 "O poder marítimo nas guerras napoleónicas" CTE José António Rodrigues Pereira · 15h45 Debate · 16h15 Intervalo (café) · 16h30 "Portugal nas vésperas da 1ª invasão napoleónica" Dr. Henrique Vieira · 17h15 "A sociedade Torreense no início do séc XIX (1800 - 1812)" Dr. Venerando de Matos · 18h00 Debate · 18h30 Encerramento |- 29 de Abril > 21h >> Teatro Cine de Torres Vedras (entrada livre) · Concerto da Banda Sinfónicada Guarda Nacional Republicana |- 05 de Maio > 21h >> Visita Temática a Elvas e Olivênça · 07h15 Concentração no Largo das Bicas (Mafra) e Largo da Graça (Torres Vedras) · 07h30 Partida para Elvas · 10h00 Reunião na estação de serviço de Vendas Novas da autoestrada Lisboa >> Elvas · 10h45 Chegada ao auditório do museu de fotografia de Elvas conferência "Fortes e Batalhas" COR Américo J. G. F. Henriques · 12h30 Partida para restaurante >> almoço · 14h00 Visita ao Forte da Graça · 15h30 Partida para a ponte da Ajuda · 16h15 Chegada a Olivença · 18h45 Partida para Évora · 20h15 Jantar na messe da Graça · 21h30 Regresso a Mafra e a Torres Vedras Fonte: Cooperativa de Comunicação e Cultura 06-04-2007 « Voltar |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Dom 29 Abr - 6:04 | |
| Revista "DOMINGO", Jornal Correio da Manhã, 29-Abril-2007 THE TELEGRAPH / INGLATERRA OLIVENÇA, UMA FRONTEIRA DISPUTADA NA EUROPA Isambard Wilkinson esteve em Olivença e faz uma peça de "uma das últimas fronteirs europeias sob disputa". Olivença era portuguesa até 1801 e há um Grupo de Amigos que a quer ver de regresso ao redil, porque Portugal nunca reconheceu a soberania espanhola. "As raízes são portuguesas, mas agora Olivença é espanhola", diz um dos residentes. |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Ter 1 maio - 3:52 | |
| CORRECÇÃO: O CASO DA NOTÍCIA DA REVISTA "DOMINGO", DO C. da Manhã", de 29-04-2007 CORRECÇÃO IMPORTANTE: a Notícia de Jornal Inglês a que ESTA NOTA/NOTÍCIA da Revista se refere NÃO É RECENTE! É DE DOIS MIL E DOIS (2002), E ESTÁ BASTANTE DESACTUALIZADA. Porque será que é apresentada como RECENTE ? Rev. "DOMINGO", Jorn. Correio da Manhã, 29-Abril-2007 THE TELEGRAPH / INGLATERRA OLIVENÇA, UMA FRONTEIRA DISPUTADA NA EUROPA Isambard Wilkinson esteve em Olivença e faz uma peça de "uma das últimas fronteirs europeias sob disputa". Olivença era portuguesa até 1801 e há um Grupo de Amigos que a quer ver de regresso ao redil, porque Portugal nunca reconheceu a soberania espanhola. "As raízes são portuguesas, mas agora Olivença é espanhola", diz um dos residentes. TEXTO TRADUZIDO (SEGUE-SE O ORIGINAL....) THE TELEGRAPH, 22-Fevereiro-2002 (dois mil e DOIS) PORTUGAL LUTA PELA DERRADEIRA FRONTEIRA Olivença é um local sossegado onde idosos ocupam a Praça principal rodeada de edifícios vestidos de branco remontando à época de 500 anos de domínio português sobre a área. Mas trata-se de uma das últimas fronteiras disputadas na Europa Ocidental. Pois esta comunidade é parte de Espanha - como o é uma área de 200 milhas quadradas de campo raso aberto à sua volta. À distância de oito milhas, o Rio Guadiana "funciona" como a fronteira "de facto", mas é reconhecida só por um lado. Há uma placa dando as boas vindas a Espanha aos viajantes numa margem, mas nenhuma saudando viajantes a Portugal. Os Portugueses nunca reconheceram a soberania espanhola sobre a região. Os "fazedores de campanhas" entusiasmados pelos aparentes progressos da Espanha na sua "reclamação" sobre Gibraltar dizem que a posição da Espanha é hipócrita. AVISO De acordo com Mário Rodrigues, um membro da Direcção do Grupo dos Amigos de Olivença, o facto da maioria dos habitantes ser espanhola é irrelevante. "A maioria dos habitantes são colonos espanhóis chegados nos últimos dois séculos", disse ele. "Os espanhóis dizem que a vontade dos espanhóis não é importante; nós dizemos a mesma coisa sobre Olivença". O seu grupo de 500 pessoas é uma das três organizações portuguesas que se dedicam a recuperar Olivença. Apesar de o Governo não se envolver directamente na campanha, Lisboa financia aulas de Português para residentes de Olivença. A Espanha tomou Olivença a Portugal em 1801. O sr. Rodrigues afirmou: "A Espanha assinou um tratado em 1817, reconhecendo total e incondicionalmente os Direitos de Portugal. Mas o Estado Espanhol nunca honrou o compromisso". Os mapas oficiais portugueses não assinalam a fronteira nesta área. Duas pontes sobre o Guadiana simbolizam a disputa. Uma estrutura fortificada do século XV permanece em ruínas depois de ter sido destruída numa das muitas guerras entre os dois países. Até a segunda ponte ter sido concluída há dois anos, as pessoas que procuravam chegar a Portugal tinham de percorrer 20 milhas para o norte para atravessar o rio. Receando que tal levasse a um reconhecimento da fronteira, Portugal recusou reconstruir a nova ponte até que a União Europeia concordasse em a financiar. No ano passado Portugal impediu a Espanha da restaurar a velha ponte por razões semelhantes. A Espanha ridiculariza as reclamações portuguesas. O Presidente regional da Extremadura classificou-as recentemente como "a actividade de uma mão-cheia de lunáticos". Da mesma forma que os Gibraltinos querem permanecer Britânicos, os 11 000 residentes de Olivença não têm qualquer desejo de regressar à soberania portuguesa. "A cidade era Portuguesa. Essas são as nossas raízes mas isso foi há muito tempo. A nossa cultura mudou. A geração seguinte fala Espanhol", disse José Emílio Senaron, de 64 anos de idade. O seu amigo Raimundo Marredo, de 71 anos, acrescentou: "Esta cidade nunca será portuguesa. Por que não? Porque nós não queremos." TEXTO ORIGINAL: THE TELEGRAPH, 22-Fevereiro-2007 Portugal fights for the final frontier By Isambard Wilkinson in Olivenza Last Updated: 7:51pm GMT 22/02/2002 OLIVENZA is a quiet place where old men pace the main square surrounded by white-washed buildings dating back to Portugal's 500-year control of the area. But it is one of the last disputed frontiers in western Europe. For this community is part of Spain - as is a 200-sq-mi area of rolling open country around it. Eight miles away, the river Guadiana acts as the de facto border, but it is acknowledged by only one side. There is a sign welcoming travellers to Spain on one bank, but none greeting visitors to Portugal. The Portuguese have never acknowledged Spanish sovereignty over the region. Campaigners spurred on by Spain's apparent progress in pursuing its claim on Gibraltar say the Spanish position is hypocritical. advertisement According to Mario Rodrigues, a leading member of the Group of Friends of Olivenza, the fact that most inhabitants are Spanish is irrelevant. "Most of the inhabitants are Spanish colonists planted over the past two centuries," he said. "Spain says the will of the Gibraltarians is not important; we say the same thing about Olivenza." His group of 500 people is one of three Portuguese organisations dedicated to winning back Olivenza. Although the government is not directly involved in the campaign, Lisbon funds Portuguese classes for Olivenza's residents. Spain took Olivenza from Portugal in 1801. Mr Rodrigues said: "Spain signed a treaty in 1817 acknowledging totally and unconditionally the rights of Portugal. But the Spanish state has never honoured the commitment." Official Portuguese maps do not mark the border in the area. Two bridges across the Guadiana symbolise the dispute. A 15th century fortified structure lies in ruins after being destroyed in one of the many wars between the countries. Until the second bridge was completed two years ago, people heading for Portugal had to travel 20 miles north to cross the river. Fearing that it would amount to an acknowledgement of the border, Portugal refused to build the new bridge until the European Union agreed to fund it. Last year Portugal stopped Spain from restoring the old bridge for similar reasons. Spain ridicules the Portuguese claim. The regional president of Extremadura recently dismissed it as "the work of a handful of lunatics". In the same way that Gibraltarians want to remain British, the 11,000 residents of Olivenza have no wish to return to Portuguese sovereignty. "The town was Portuguese. Those are our roots but it was a long time ago. Our culture has changed. The next generations speak Spanish," said Jose Emilio Senaron, 64. His friend Raimundo Marredo, 71, added: "This town will never be Portuguese. Why not? Because we don't want it." |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Dom 6 maio - 7:58 | |
| POESIA DA GUINÉ AO ALGARVE (em memória de Aires Tinoco, navegante Português do séc. XV) Lá morreu na costa de África o navegante Nuno Tristão, vítima de arrojo louco; deixou sós, em aflição angustiante três rapazinhos, e o grumete Tinoco. Não desanimou o jovem infante, e, apesar do seu saber ser pouco, atreveu-se a levar a nau avante, aos medos fazendo ouvido mouco. Conseguiu alcançar mar português após dias e semanas de solidão teimando no rumo com altivez! Aires Tinoco, desta epopeia artesão, filho de Olivença: a tua intrepidez valeu-te na História eterna alusão ----------------------------------------------- POESIA (II) HISTÓRIA DE UM MÚSICO (Vicente Lusitano, o maior músico português do séc. XVI) Com a tua música maravilhosa em Roma o Papa emudeceste, Vicente Lusitano, vida aventurosa, mulato de Olivença, onde nasceste. Homem de sabedoria pasmosa, insatisfeito, pouco tempo ficaste, e saíste, sem música melodiosa, e na Alemanha te instalaste. Pois mudaste a tua concepção, a tua Fé tornou-se luterana e em Roma perdeste afeição. Gerado na terra alentejana, não desapareceste, na recordação datua música, filho do Odiana. Estremoz, 6-Maio-2007 Carlos Eduardo da Cruz Luna |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Seg 7 maio - 14:42 | |
| ARTIGO EXTRAORDINÁRIO E ORIGINAL; DEVE-SE TENTAR LER ATÉ AO FIM: THE TELEGRAPH, 19 de Agosto de 2006 Artigo original, de 19 de Agosto de 2006, com muitas novidades, pontos de vista dispersos de oliventinos e não oliventinos, observações curiosísssimas. ACONSELHO A LEITURA. Por isso fiz a Tradução... que coloco ANTES do original !
THE TELEGRAPH, 19 de Agosto de 2006 O MELHOR DOS DOIS MUNDOS O MELHOR DOS DOIS MUNDOS THE TELEGRAPH, 19 de Agosto de 2002 "Já se passaram duzentos anos desde que a cidade espanhola de Olivença deixou de fazer parte de Portugal, mas as velhasd influências resistem, diz Anthony Jefferies."
"Por vezes eu penso no fenómeno de pensar em duas línguas", diz António Barraso Gonzales antes de tomar um gole do seu café. "Mas na maior parte das vezes nem sequer penso nisso. É apenas uma coisa natural. Num minuto tenho pensamentos em Espanhol no meu espírito, no minuto seguinte tenho-os em Português. Os sonhos são também interessantes. Posso sonhar numa língua e então, ao acordar, relembrá-los na outra." Antonio não está só, em Olivença decerto que não. Esta pode ser uma cidade espanhola, mas pertenceu em tempos a Portugal e as velhas influências resistem. Mais de 200 anos passaram desde que os espanhóis - com a ajuda do exército de Napoleão Bonaparte - fizeram recuar a fronteira entre os dois vizinhos ibéricos. Mas um deambular pelos sossegadas ruas pavimentadas de negro e branco desta formosa cidade na ponta ocidental da Extremadura traz Portugal à memória, não Espanha. Para começar, a maior parte dos mais velhos naturais da cidade falam Português quando vão às compras ou descansam nos bancos do largo "paseo" central. Depois, está presente a arquitectura: "ondulações" de pedra manuelinasem cada frontaria das Igrejas e mesmo sobre a entrada da Câmara Municipal: torres sólidas de forma quadrada destacando-se do castelo no coração da cidade, "marcando-a" como um bastião português; e, sobretudo, as telhas. Frentes de lojas, paredes, mesmo indicações de ruas - imcluindo aquelas que assinalam a "Plaza de España - estão cobertas com os azulejos azuis e brancos que são tão intrinsecamente portugueses.
AVISO
No centro de dia dos pensionistas à sombra do Castelo, Antonio e os seus companheiros estão a discordar àcerca da influência cultural predominante. Ele afirma que "não há quase nada espanhol em Olivença". Maruja Antunes Gomez, presidente da associação de pensionistas, pensa de forma diferente. "Os edifícios, as telhas e os pavimentos podem ser iguais aos de Portugal, mas as pessoas são espanholas e têm orgulho nisso", diz ela. "Os jovens nem sequer falam Português. A sua única ligação é com Espanha." Susana Rodrigues e Belén Naharro não têm tanta certeza assim. Susana tem 26 anos e trabalha na Biblioteca da cidade; Belen, de 22 anos, é estudante."Há um forte sentimento português em Olivença e isso é motivo de orgulho nosso, diz Susana. "A nossa cidade é única, mas não sentimos que isso nos ponha à margem do resto da Espanha." Ambas falam um pouco de Português."É ensinada nas escolas precisamente ao longo da raya (palavra espanhola para a estreita fronteira artificial entre os dois países), porque o governo em Lisboa disponibiliza fundos. Ele não quer que a sua língua morra. Mas não o falamos como os nossos avós", diz Belén. "E todos adoramos passear até Portugal. As cidades são semelhantes e o país é muito bonito. Mas tomamos a ESpanha como referência para cada influência." Legalmente, estas influências deviam ser ainda portuguesas. A Espanha assinou um Tratado em 1817 prometendo devolver Olivença, as suas aldeias circundantes e um pedaço de território junto do Rio Guadiana de que ele se apoderara 16 anos antes. Mas a devolução nunca aconteceu. A fronteira "redesenhada" está apenas a oito milhas a oeste de Olivença, e os locais atravessam-na sem hesitar um momento. Até há cinco anos atrás, quando uma ponde rodoviária foi aberta, isso era feito em barcos de passeio porque a Ponte medieval, a "Puente de Ayuda", a poucos metros da nova travessia, tinha sido destroçada durante uma das muitas guerras de fronteira, e nunca fora reparada. Antonio contou-me como, durante os anos em que Franco governava a Espanha e Salazar estava no poder em Portugal, o contrabando era difícil. Os habitantes locais atravessavam o rio pouco profundo vindos de Espanha carregados com têxteis ou produtos eléctricos, e voltavam com malas de linho, vegetais ou bacalhau salgado. "Esses foram tempos muito difíceis e o nosso comércio com Portugal era um risco para a própria vida. Havia patrulhas regulares no rio mas era fácil enganá-las. Era como um jogo." Procurando na parte velha da cidade, o que me impressiona mais é o quanto mais clara e mais limpa é Olivença quando comparada com a maioria das cidades espanholas. Depois, nota-se o barulho - ou a falta dele. Passeiem pelas ruas de qualquer cidade em Espanha fora da hora da sesta e o alto nível de decibéis pode deixá-los assustados. Em Olivença as pessoas falam baixinho... como de facto o fazem os portugueses. O passado deixou outros traços positivos. Nunca vi uma padaria espanhola com uma tão assombrosa variedade de artigos de pastelaria e maçapães como a que encontrei numa mesmo à saída da "Plaza de España". E os restaurantes abertos na cidade de 11 000 habitantes que é Olivença estão cheios de ofertas de pratos portugueses - nomeadamente bacalhau, que é o mais próximo a que um prato se pode transformar numa oferenda religiosa na Ibéria Ocidental. Então deparamos com as espantosas e "enroladas" colunas da capela da Madalena, o interior da Igreja da Madalena com azulejos do chão ao tecto e o excelente museu etnológico no interior do castelo, as suas dúzias de salas recriando a vida da cidade antes e depois de Olivença ter mudado de mãos. É fácil de compreender por que foram os espanhóis tão argutos ao alargarem as suas fronteiras até aqui. Esta é uma terra bela e fértil, cheia de colinas delicadas e com sobreiros ("carvalhos com cortiça", no original!) disseminados pelos campos de trigo. Não há a sensação de aspereza ou uma constante luta "contra" a terra e os elementos como há na Extremadura do Norte. A limpa e pequena localidade de Táliga, algumas milhas ao sul, por uma estrada "direita como um pau" que trai origens romanas no meio de uma paisagem de vales largos e paredes de pedra árida; poder-se-ia pensar estar na Grã-Bretanha, excepto pelo quente do Sol, os zumbidos e as águias que nos apercebemos por sobre as nossas cabeças, atravessando-se no caminho de poucos em poucos minutos. Aqui, aves de rapina e cegonhas são mais comuns do que pardais. Eu observo com temor como a mais majestosa de todas elas, a águia imperial espanhola, desenha círculos sobre mim enquanto eu sou empurrado pelo vento no alto do Castelo de Miraflores. O Castelo situa-se no alto sobre a vila ("aldeia") de Alconchel, a oeste de Táliga, e domina os campos por muitas milhas em redor. Os Mouros construíram-no, os portugueses conquistaram-no há 900 anos, mas então Alconchel passou para a coroa espanhola muito antes do resto do "Campo Mayor", no qual se situa Olivença. Os meus guias não oficiais são Juan o zelador e Francisco - "84 anos de idade e ainda funciona" - cuja caminada diária pelo lado da montanha acima coincide com a minha visita. Ele junta-se a mim no alto da torre, clamando a sua "ligação" à Espanha por sobre os ventos:"Nós não somos como as pessoas de Olivença. Nós somos verdadeiros espanhóis, não meia-raça." Ele aponta ao longe os vastos "ranchos" de gado - "dehesas" - muitos dos quais têm agora como proprietários conhecidos matadores, os novos senhores feudais. Estas "estâncias"(herdades), que muitas vezes cobrem milhares de acres, são percorridas por "toros bravos", os touros "lutadores" (de lide) que encontrarão o seu destino na arena, mas cuja vida até lá será feliz e livre de interferência humana. No caminho de regresso, descendo a colina, eu encontro um homem levando a sua ovelha a desentorpecer as pernas. Justiniano ("como o imperador romano") diz que ele passeia a sua ovelha todos os dias. "Eu sou a sua mãe. A mãe verdadeira rejeitou-a. Ela tem nove anos de idade (SIC) e todos os dias nós passeamos até ao castelo". E como se chama ela?"Dolly, como a vossa ovelha inglesa. Mas esta é natural. E ainda está viva". Justiniano não gosta do que está a suceder ao castelo. O governo provincial construiu "chalets" de madeira, vidro e ferro dentro das muralhas do castelo para dar guarida aos visitantes de fim de semana."Não há respeito pela História do Castelo. Nenhum esforço para que nada destoe", diz ele."Os Portugueses é que fazem bem. Eles restauram os seus castelos como eram e fazem novas moradias respeitando a arquitectura antiga." Atravessando a fronteira, na maravilhosa cidade de Elvas, a velha ferida ainda sangra. "Nós não olhamos para Espanha por nenhum motivo concreto; somos bastante diferente dos espanhóis", diz Ana Valdes, dona de uma loja de brinquedos. "Nós somos mais sossegados, mais introsvertidos, mas aqui nós ficamos "preocupados" ( aborrecidos) por causa de Olivença e o "Campo Mayor" mesmo depois de 200 anos. "É a mesma situação de Gibraltar, mas não se consegue fazer ver isso aos espanhóis. Olivença nunca voltará a ser portuguesa, mas isso não nos impede de ficarmos ressentidos com os espanóis por causa da "nossa" cidade estar nas suas mãos." Luis Simões, um polícia, é mais fleumático. "Todos nós falamos espanhol aqui porque a fronteira fica a poucos minutos de distância, ainda que não seja realmente uma fronteira. Nós temos conhecimento da sua dificuldade para aprender Português, por isso nós adaptamo-nos. Sabemos que eles têm Olivença, por isso dizemos "o que podemos fazer?""Actualmente penso que estamos bastante invejosos do povo de Olivença. Eles pertencem à Espanha, que tem mais poder na Europa, no mundo. Mas as suas influências são portuguesas. Eles têm o melhor dos dois mundos." |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Seg 7 maio - 14:50 | |
| THE TELEGRAPH, 19-Agosto-2006 (Olivença) -------------------------------------------------------------------------------- The best of both worlds Last Updated: 12:01am BST 19/08/2006 It's 200 years since the Spanish town of Olivenza was part of Portugal, but old influences endure, says Anthony Jefferies.
'Sometimes I think about thinking in two languages," Antonio Barroso Gonzales says before taking a sip of his coffee. "But most of the time I don't think about it at all. It's just the natural thing. One minute I have Spanish thoughts in my brain, the next Portuguese. Dreams are interesting, too. I can dream in one language then, when I wake up, remember it in the other."
Antonio is not alone, certainly not in Olivenza. This may be a Spanish town, but it once belonged to Portugal and old influences endure. More than 200 years have passed since the Spanish - with help from Napoleon Bonaparte's army - rolled back the frontier between the two Iberian neighbours. But a stroll through the quiet black-and-white cobbled streets of this handsome town in the far western region of Extremadura brings Portugal to mind, not Spain.
For a start, most of the older townsfolk speak Portuguese as they shop in the market or relax on the benches of the broad, central paseo. Then there's the architecture: Manueline stone swirls on every church front and even over the door to the town hall; solid, squared-off towers looming over the castle at the heart of the town, marking it out as a Portuguese bastion; and, above all, the tiles. Shop fronts, walls, even street signs - including those that indicate the Plaza de España - are covered with the blue-and-white ceramic that is so intrinsically Portuguese.
advertisementAt the pensioners' day centre in the shadow of the castle, Antonio and his companions are in dispute over the prevailing cultural influence. He claims there's "almost nothing Spanish about Olivenza". Maruja Antunes Gomez, president of the pensioners' association, thinks differently. "The buildings, tiles and cobbles may be like Portugal, but the people are Spanish and proud of it," she says. "The young don't even speak Portuguese. Their only connection is with Spain."
Susana Rodriguez and Belén Naharro aren't so sure. Susana is 26 and works at the town's library; Belén, 22, is a student. "There's a very Portuguese feel to Olivenza and it makes us proud," says Susana. "Our town is unique, but we don't feel it sets us apart from the rest of Spain."
Both speak some Portuguese. "It's taught in schools right along la raya [the Spanish word for the unnaturally straight border between the two countries], because the government in Lisbon provides funds. It doesn't want its language to die out. But we don't speak it like our grandparents," says Belén. "And we all love to go across to Portugal. The towns are similar and the country is so beautiful. But we look to Spain for every influence."
Legally, these influences should still be Portuguese. Spain signed a treaty in 1817 promising to return Olivenza, its outlying villages and a tranche of land near the Guadiana River that was seized 16 years before. But the handover never happened.
The redrawn border is only eight miles west of Olivenza and the locals cross it without a moment's thought. Until five years ago, when a road bridge was opened, this was done in rowing boats because the medieval bridge, the Puente de Ayuda, a few yards from the new crossing, had been dismantled during one of the many border wars and never repaired.
Antonio had told me how, during the years when Franco ruled in Spain and Salazar held power in Portugal, smuggling was rife. Locals would cross the shallow river from the Spanish side loaded up with clothes or electrical goods, and return with bags of linen, vegetables or salt cod. "These were very hard times and our trade with Portugal was a lifeline. There were regular patrols on the river but it was easy to evade them. It was like a game."
Wandering around the old part of the town, what strikes me is how much cleaner and tidier Olivenza is compared with most Spanish towns. Then there is the noise - or lack of it. Walk through any town in Spain any time out of siesta hour and the decibel level can leave you wincing. In Olivenza people speak quietly - like the Portuguese, in fact.
The past has left other positive traces. I have never seen a Spanish bakery with such a wide variety of pastries and marzipans as the one just off the Plaza de España. And the restaurants serving Olivenza's 11,000 population have plenty of Portuguese dishes on offer - notably cod, which is as close as food comes to being a religious offering in western Iberia.
Then there are the stunning, twisted columns of La Magdalena chapel, the floor-to-ceiling tiled interior of the Casa de Misericordia church and the excellent ethnological museum inside the castle, its dozens of rooms recreating town life before and after Olivenza changed hands.
It's easy to see why the Spanish were so keen to extend their boundaries here. This is a beautiful, lush land, full of gentle hills and with cork oaks dotted about the wheat fields. There is no sense of harshness or a constant struggle with the land and the elements as there is in northern Extremadura.
The tidy, tiny town of Táliga, a few miles to the south, lies along a rod-straight road betraying Roman origins in the middle of a landscape of wide valleys and dry-stone walls; you might be in Britain but for the warmth of the sun, and the buzzards and eagles that wheel overhead, crossing your path every couple of minutes.
Here, birds of prey and storks are more common than sparrows. I watch in awe as the most majestic of them all, the Spanish imperial eagle, circles above me while I lean into the wind at the top of the Castillo de Miraflores.
The castle sits high above the village of Alconchel, west of Táliga, and commands the countryside for miles around. The Moors built it, the Portuguese conquered it 900 years ago, but then Alconchel passed to the Spanish crown long before the rest of the Campo Mayor, in which Olivenza sits.
My unofficial guides are Juan the caretaker and Francisco - "84 years old and still fit" - whose daily hike up the mountainside coincides with my visit. He joins me at the top of the tower, shouting his allegiance to Spain above the wind: "We are not like the people of Olivenza. We are true Spaniards, not half-breeds."
He points out the vast cattle ranches - dehesas - many of which are now owned by renowned matadors, the new feudal masters. These estates, which often cover thousands of acres, are turned over to toros bravos, the fighting bulls that will meet their fate in the bullring, but whose life until then will be happy and human-free.
On the way back down the hill I meet a man taking his sheep for a stroll. Justiniano ("like the Roman emperor") says he walks the ewe every day. "I am her 'mother'. Her own mother rejected her. She's nine years old and every day we walk to the castle." And her name? "Dolly, like your English sheep. But this one is natural. And still alive." Justiniano doesn't like what's happening at the castle. The provincial government has built chalets of wood, glass and steel into the castle walls to provide a hostel for weekenders.
"There's no sympathy with the castle's history. No attempt to blend in," he says.
"The Portuguese have it right. They restore their castles as they were and make new buildings in the old style." Across the border, in the lovely old town of Elvas, the old sore still itches. "We don't look to Spain for anything; we are so different from the Spanish," says Ana Valdes, owner of a toyshop. "We are quieter, more inward-looking, but here we get upset over Olivenza and the Campo Mayor even 200 years later.
"It's the same situation as Gibraltar, but you can't make the Spanish see that. Olivenza will never be Portuguese again, but it doesn't stop us resenting the Spanish because 'our' town is in their hands."
Luis Simoes, a policeman, is more phlegmatic. "We all speak Spanish here because the border is a few minutes away, though it isn't really a border. We know they struggle to learn Portuguese, so we adapt. We know they have Olivenza, so we say 'what can you do?' "Actually I think we're quite envious of the people of Olivenza. They belong to Spain, which has more power in Europe, in the world. But their influences are Portuguese. They have the best of both worlds. |
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| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Dom 13 maio - 13:46 | |
| Grupo dos Amigos de Olivença www.olivenca.org
Divulgação 05-2007
No âmbito das iniciativas culturais de O Jornal de Coruche, com apoio da Câmara Municipal, terá lugar no próximo dia 18 de Maio, às 21:00 horas, no Auditório do Museu Municipal de Coruche, uma Conferência sobre a Questão de Olivença, com a participação dos dirigentes do GAO, António Marques e Carlos Consiglieri.
O GAO convida todos os seus apoiantes e todos os que se interessam pela Questão de Olivença, a participar no encontro:
Contamos com a sua presença!
Lx., 13-05-2007 .
SI/Grupo dos Amigos de Olivença _______________ _ Rua Portas S. Antão, 58 (Casa do Alentejo), 1150-268 Lisboa www.olivenca.org <http://www.olivenca.org> - olivenca@olivenca.org <mailto:olivenca@olivenca.org> Tlm. 96 743 17 69 - Fax. 21 259 05 77 |
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| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Dom 20 maio - 4:30 | |
| CARTA NO DIÁRIO DE NOTÍCIAS DE 16 de Maio de 2007 Uma carta de 16 de Maio de 2007 reza assim: TIMOR-LESTE É LIVRE A 20 de Maio de 2002, Timor-Leste tornou-se oficialmente um Estado independente. Mesmo a actual crise que nele se vive não pode pôr m causa o facto de o seu povo, para o bem e para o mal, poder decidir livremente sobre o seu próprio destino. Carlos Luna ESTREMOZ Tenho de elogiar este poder de síntese, já que o texto original era o que se segue: «VINTE DE MAIO ("NÃO APAGUEM A MEMÓRIA!") Aproxima-se mais um 20 de Maio, data que parece ser o símbolo máximo das contradições na História de Portugal. Recordemos que foi a 20 de Maio de 2002 que Timor-Leste se tornou oficialmente um Estado Independente. Mesmo a actual crise que nele se vive não pode por em causa o facto de o seu povo, para o bem e para o mal, poder decidir livremente sobre o seu próprio destino. Recordemos também que foi a 20 de Maio, mas de 1801, que Olivença foi ocupada pelo exército espanhol, sob o signo duma aliança franco-hispana. Ocupação contestada depois, envolvida num embróglio de ilegalidades, quando regressou a paz à Europa após a tempestada napoleónica, e que, como recordava recentemente um jornal britânico, constitui um dos últimos litígios fronteiriços pendentes na actual Europa Comunitária. Num caso e noutro... "não apaguem a memória"! Estemoz, 15 de Maio de 2007 Carlos Eduardo da Cruz Luna |
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| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Dom 20 maio - 5:56 | |
| Grupo dos Amigos de Olivença www.olivenca.org
Divulgação-06-07
206 anos de ocupação de Olivença
Em 20 de Maio de 1801 - vão passados 206 anos! - Olivença foi tomada pelo exército espanhol. A NOBRE, LEAL E NOTÁVEL VILA DE OLIVENÇA encontra-se, desde então, sequestrada pelo país vizinho. Sustentando publicamente a posição político-diplomática e o direito constituído do nosso país (Olivença é, de jure, território de Portugal, não obstante encontrar-se, de facto, sob administração espanhola), o Grupo dos Amigos de Olivença vem pugnando, há largas dezenas de anos, pela discussão e resolução da Questão de Olivença, com a natural retrocessão do território a Portugal. Percebendo a delicadeza que a Questão de Olivença apresenta no relacionamento peninsular, esta Associação entende que só a assunção frontal, pública e desinibida do diferendo pelo Estado português, colocando-o na agenda diplomática luso-espanhola, permitirá ultrapassá-lo e resolvê-lo com Justiça. Pedindo às Autoridades nacionais que tomem as medidas necessárias para a manutenção da Cultura Portuguesa em Olivença, esta Associação exorta os portugueses, detentores da Soberania Nacional, a sustentarem e defenderam uma Olivença portuguesa, repudiando dois séculos de alheamento e dando satisfação à História, à Cultura, ao Direito e à Moral. Lisboa, 20-05-2007. A Direcção.
__________________________ SI/Grupo dos Amigos de Olivença Rua Portas S. Antão, 58 (Casa do Alentejo), 1150-268 Lisboa www.olivenca.org <http://www.olivenca.org> - olivenca@olivenca.org <mailto:olivenca@olivenca.org> Tlm. 96 743 17 69 - Fax. 21 259 05 77 |
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| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Seg 21 maio - 8:16 | |
| JORNAL DE NOTÍCIAS, 20 de Maio de 2007 VINTE DE MAIO: NÃO O APAGUEM DA MEMÓRIA! Aproxima-se mais um 20 de Maio, data que parece ser o símbolo máximo das contradições na História de Portugal. Recordemos que foi a 20 de Maio de 2002 que Timor-Leste se tornou oficialmente um Estado Independente. Mesmo a actual crise que nele se vive não pode por em causa o facto de o seu povo, para o bem e para o mal, poder decidir livremente sobre o seu próprio destino. Recordemos também que foi a 20 de Maio, mas de 1801, que Olivença foi ocupada pelo exército espanhol, sob o signo duma aliança franco-hispana. Ocupação contestada depois, envolvida num embróglio de ilegalidades, quando regressou a paz à Europa após a tempestada napoleónica, e que, como recordava recentemente um jornal britânico, constitui um dos últimos litígios fronteiriços pendentes na actual Europa Comunitária. Num caso e noutro... "NÃO APAGUEM A MEMÓRIA"! Estemoz Carlos Luna carlosluna@iol.pt |
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| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Sáb 26 maio - 11:00 | |
| EXPRESSO, 26-MAIO-2007 CARTAS
OS 206 ANOS DE OCUPAÇÃO DE OLIVENÇA
Em 20 de Maio de 1801 - vão passados 206 anos! - Olivença foi tomada pelo exército espanhol.(...)Sustentando publicamente a posição político-diplomática e o direito constituído do nosso país (Olivença é, «de jure», território de Portugal, não obstante encontrar-se, de facto, sob administração espanhola), o Grupo dos Amigos de Olivença vem pugnando, há largas dezenas de anos, pela discussão e resolução da Questão de Olivença, com a natural retrocessão do território a Portugal.(...)Só a assunção frontal, pública e desinibida do diferendo pelo Estado português, colocando-o na agenda diplomática luso-espanhola, permitirá ultrapassá-lo e resolvê-lo com Justiça.(...) GRUPO DOS AMIGOS DE OLIVENÇA, Lisboa
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| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Ter 5 Jun - 1:51 | |
| Maria de Fátima Matias (Univ. Aveiro) A agonia do português em Olivença
(texto de 2001) Maria de Fátima Matias(Univ.Aveiro): A agonia do português em Olivença A AGONIA DO PORTUGUÊS DE OLIVENÇA ISSN: 0212-999X Revista de Filología Românica Vol. 8(2001)159-170 A agonia do português em Olivença Maria de Fátima REZENDE MATIAS ABSTRACT Ihis work analyses the state of portuguese language in 01ivença, a town by te portuguese/spanish border, under spanish administration since 1801. Having previously studied, in 1970, the bilingualism and language contact, I have already noticed then a considerable degree of linguistie interference between spanish and portuguese and also a crucial symptom of language decline: lack of transmission of te language Lo te children. The present research carried in loco in 2000 considering as well te language attitudes —extremely unfavourabte towards the portuguese- has clearly shown a scenario of language loss. Spoken only among te elderly, witbout any written form to make it more valuable, full of spanish interference, the portuguese language is dying. Keywords: bilingualism, language contact, language loss, language shift, language attitudes, linguistic interference. 1. OBJECTIVOS E METODOLOGIA Este trabalbo tem como principal objectivo analisar a situação actual da língua portuguesa cm Olivença. Na década de setenta, num trabalbo de carácter sociolinguístico sobre linguagens fronteiriças(1) ,procedi ao estudo do português de Olivença, tendo verificado que, em consequência do contacto de línguas aí existente, o idioma luso apresentava já multas interferências do espanhol, detectando-se forts indícios de risco de sobrevivência. Assumindo como provável o desaparecimento do portugués nesta região, trinta anos depois (2), levei a cabo pesquisas de campo, através da observação- participante e recorrendo a entrevistas directas e por telefone. Fez-se também a auscultação das atitudes do falante para com as duas línguas em confronto —o português e o castelhano— por se entender que os juízos de valor dos utentes influenciam o seu comportamento linguístico, determinando em boa parte o futuro das línguas (3) 2. A TERRA E AS GENTES: NO PASSADO E NA ACTUALIDADE Olivença fica situada na margem esquerda do rio Guadiana, a vinte quilómetros de Elvas e a vinte e quatro de Badajoz, ocupando, como o restante Alentejo e a Estremadura Espanhola, a parte meridional da Meseta Ibérica, constituída essencialmente por terrenos arcaicos e primários(4). Inserida numa região escassamente povoada, com condiçóes cbmatéricas pouco favoráveis —verões muito quentes, invernos rigorosos, grandes amplitudes térmicas e fraca pluviosidade(5)-as actividades predominantes da povoação têm sido, ao longo dos séculos, a agricultura e a criação de gado(6). Tal como nos conceihos vizinhos de toda a zona fronteiriça, de fisionomia paisagística semeihante —peneplanície com povoamento de tipo aglomerado— a agricultura é itinerante, extensiva, de regime latifundiário, feita maioritariamente por assalariados rurais(7). Esta condiçãoo do camponês oliventino cedo o levou a procurar trabaiho, onde e quando o havia, nas propriedades da região, herdades ou "fincas", como de resto aconteceu com os seus congéneres de Campo Maior, Elvas, Alandroal, Alburquerque, Almendralejo ou Jerez de los Caballeros. Na verdade, pode dizer-se que os habitantes desta faixa fronteiriça, impregnados do meio telúrico que os rodela, partilham, desde tempos remotos, formas de ser e de estar no mundo, evidenciando claramente as afinidades de umna área, onde as semelbanças se afirmam mais fortes que as diferenças. Nas fainas do campo, os sistemas tradicionais, como a debuiha com cobra de éguas ou "cobra de caballería", o trilho, o arado de garganta, o predominio dos muares e o recurso aos "sombrachos", para abrigo dos calores estivais, são comuns a toda a região(Cool. Mas outras coincidências se notam: no vestuário, sobretudo do homem, assumindo pitorescas feições no traje do pastor (safóes e pelico feitos de pele de ovelha); na a1imentação, bastando recordar a ólha, o caspacho ou gaspacho e as perrunilhas; em matéria de folgedos, encabeceados pelas touradas e feiras e uma ou outra romaria, com seus balhos, onde náo faltam pandeiretas e castanholas; em certas formas de olaria, de que as talhas alentejanas, de dimensões gigantescas, usadas principalmente para vinho, são testemunho, constituindo, com as similares "tinajas" do interior e sul de Espanha, uma herança mediterránica(9). Mencionarei ainda os materiais de construçáo —a taipa, o adobe e o tijolo— os mais utilizados na arquitectura popular e até em construçóes públicas (as muralhas de Badajoz e Cáceres, assim como a igreja de Nossa Senhora da Enxara, entre Ouguela e Campo Maior, são de taipa). Com efeito, nos recortes artísticos do tijolo, na chamada civilização do barro, espelha- se a influência muçulmana (10), que também neste ponto irmana duas regiões, separadas por fronteiras políticas, mas unidas por traços indeléveis de uma cultura árabe que lhes foi comum. Outras vicissitudes histórico-culturais contribuíram para sedimentar o ancestral convívio entre as populações fronteiriças. Embora em 1297, pelo tratado de Alcañices, Olivença, Campo Malor e Ouguela tenham sido integradas no Reino de Portugal, em boa verdade, do ponto de vista eclesiástico, continuaram ligadas ao bispado de Badajoz, aparecendo consignadas como sua pertença, em documentos episcopais de 1352 e de 1353, sendo definitivamente retiradas da sua jurisdição apenas em 1444(11). Por outro lado, convém igualmente recordar o papel desempenhado pelo Senhorio de Albuquerque, um dos mais vastos potentados peninsulares da Idade Média, cujos senhores, como grandes magnates feudais, dispunham de plenos poderes nos seus extensos domínios, que se dilatavam peía Estremadura portuguesa, terras de Zamora e Salamanca, e, principalmente, peía Estremadura espannhola (região de Medellín, Alburquerque, Alconchel e Barcarrota). As relagñes deste Senhorio com a Coroa portuguesa, ao longo do século XIII e principios do século XIV, foram tão estreitas que a dedicação do segundo D. Joáo Afonso, ao rei D. Dinis, o levou a legar-Ihe, em testamento, o castelo de Albuquerque (12). Nesta perspectiva, tendo em conta o ambiente amistoso, que por largos anos vigorou entre Portugal e o referido Senhorio, não custa admitir que os limites dos reinos peninsulares, nesta região, tivessem durante esse periodo carácter bastante frouxo, facilitando o intercâmbio entre as gentes da raia. Esta situação deve ter-se modificado bastante, após a subida de Afonso IV ao trono, com as lutas entre este soberano português e Afonso Sanches, o bastardo preferido de D. Dinis, e mais tarde, cerca de 1330, quando o terceiro D. Joáo Afonso de Albuquerque se põe ao serviço do rei de Castela (13). Por esta altura, surgem-nos, como guardas avançadas da fronteira portuguesa, Ouguela, Campo Maior, Elvas e Olivença, e é sobretudo a partir de então que os episódios bélicos se sucedem, tornando-se esta zona o palco eleito dos conflitos peninsulares. Olivença, no ambiente de tensão, que durante séculos vigorou entre os dois reinos, estava pois de costas voltadas para Espanha. Fortes laços comerciais, afectivos e de lazer ligavam-na a Elvas, Juromenha, Vila Viçosa, Estremoz e Campo Maior. Neste contexto, facilmente se poderá imaginar o que terá significado para a população oliventina a anexaçáo espanhola, sofrida com a Campanhade 1801. Embora, em 1815, se tenha restabelecido a paz e, com a assinatura do tratado de Viena, Femando VII de Espanha devesse ter devolvido Olivença, tal não aconteceu (14). Na verdade, portuguesa de direito, Olivença está de facto há duzentos anos sob administração espanhola. E o tempo não passa impunemente sobre as pessoas e as coisas. Como é usual em situações deste género, teve lugar uma constante e intensa colonização cultural. Assim, logo no primeiro quartel do século XIX, inicia-se a escolarização em castelhano, desencadeando-se, simultaneamente, o processo de fragilizaçáo da língua portuguesa, que se vê banida dos sectores com prestígio: a Admínístração Pública, a Educação, a Igreja, os "mass media"(15) . Com o mesmo objectivo, espanhóis de diversas procedências foram colocados em Olivença como professores, polícias, funcionários públicos e, em simultâneo, habilmente se espalharam os oliventinos por várias regióes de Espanha, concretizando, deste modo, uma acção de neutralização de diferenças. Intelectualmente moldados por uma educação exclusivamente castelhana, que negligenciou o seu passado lusitano, diariamente invadidos peía força niveladora dos media, atraídos pelas vantagens económicas que a cultura espanhola lhes foi proporcionando, os oliventinos, com a omissão de Portugal (16) renderam-se pouco a pouco à teia da castelhanização. Hoje, maioritariamente, sentem-se espanhóis e falam predominantemente castelhano. 3. A SITUAÇÃO LINGUÍSTICA DE OLIVENÇA Duzentos anos de espanholização mudaram radicalmente a paisagem linguistica de Olivença. Tal como os elos que a ligavam a Portugal foram pouco a pouco enfraquecendo (recorde-se que para ir de OlivenQa a Elvas se tinha de passar por Badajoz) (17) também ao substrato linguístico português se foi gradualmente sobrepondo o castelhano, através de um longo período de bilinguismo de contornos pouco claros, já que sobre ele escasseiam as informações. Em breve apontamento do final do século XIX, Leite de Vasconcelos (18)refere-se a Olivença como povoação bilingue, mencionando já alguns traços de interferência linguística espanhola no português, fruto do contacto de línguas. Para além do "yeísmo", fenómeno que consiste na « pronunciación de la ll como y»(19) e que, não sendo exclusivo do castelhano, abrange boa parte do espanhol peninsular, apresenta alguns espanholismos lexicais, mas, curiosamente, afirma que «Quando numa família, em que o pai ou a mãe têm origem portuguesa, se ensinam por acaso os filhos a falar habitualmente o espanhol, as outras famílias de origem portuguesa censuram aquela». Aproximadamente trinta anos depois, Matos Sequeira e Rocha Júnior, no livro que dedicaram a Olivenqa, fazem a propósito da classe alta a seguinte afirmação: «E a curiosidade de ouvi-los reside em que, no calor da discussão, saltam insensivelmente dum para outro idioma». Aludem, contudo, às aldeias do concelho como povoações, onde «tanto a língua como as usanças castelhanas continuam sendo absolutamente estrangeiras»(20) Estes autores fomecem algumas informações sobre o modo como se propagou a língua oficial, evidenciando já uma diferenciação diastrática e diatópica, comum à maioria dos processos de bilinguismo, em qualquer tempo e em qualquer espaço, como refere Louis-Jean Calvet: «Le premier stade de la glottophagie (...) était en quelque sorte un stade vertical: la différenciation linguistique s’y manifestait essentiellement en termes de classes sociales, le recul de la langue dominée commençant par la cour, la noblesse locale, la bourgeoisie et, dans une moindre mesure, les domestiques et quelques commerçants. (...) Le second stade est plutôt «horizontal» (...) selon une échelle géographique: la ville contre la campagne»(21). Não foi, porém, esta a situação que encontrei, na década de setenta, quando procedi a pesquisas de carácter sociolinguístico na região. As oposições cidade bilingue/campo monolingue e estrato alto bilingue/restantes camadas monolingues já não se verificavam. O bilinguismo atingira todos os sectores da popu1ação, tanto na cidade como no campo. Era surpreendente, nas aldeias e nos estratos desfavorecidos da sede do concelho, a facilidade atrás mencionada de «saltar» de uma língua para a outra. Mas não se assistia apenas ao avanço generalizado do castelhano, estava também em curso a regressão do português: as crianças e os jovens não o falavam, entendendo-o mesmo com certa dificuldade. Deixando de ensinar aos seus fillios o idioma luso, os oliventinos lançavam a semente do colapso desta língua na sua terra, pois como se sabe «languages which are no longer being learned as a mother tongue by children are said to be moribund» (22). Esta atitude, cujos motivos adiante procuro clarificar, constituindo um inquietante sintoma de declínio do português, contribuiu decisivamente para o monolinguismo de feição castelhana, que dentro de duas ou três décadas se irá instalar em Olivença. A análise da situação linguística actual, feita através de pesquisa de campo no ano 2000, corrobora inteiramente o sentido da mudança, que o estudo efectuado nos anos setenta deixou entrever. Foi, sem dúvida, a decisão de não passar à geração seguinte o idioma de Camões que, colocando- -o em risco de sobrevivência, comprometeu irreversivelmente o seu futuro na regiáo ( 23). Hoje, confinado às camadas mais velhas da populaçáo, que, bilingues, o falam apenas entre si, o português de Olivença está moribundo, correndo sério risco de ir engrossar o caudal das línguas, que todos os anos morrem(24), nos territórios que as viram florescer. ......../...... |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Ter 5 Jun - 1:53 | |
| .............../.................. 4. A AGONIA DO PORTUGUÊS
De acordo com a classificaçáo dos dialectos galego-portugueses, proposta
por Lindley Cintra(25), o português de Olivença faz parte dos dialectos
do centro-interior e do sul, que constitui uma subdivisão do grupo dos
dialectos portugueses centro-meridionais. Paiva Boléo e Maria Helena
Silva incluem-no no falar «alto-alentejano», à semelhança da divisão proposta
por Leite de Vasconcelos, que insere a «variedade de Olivença» no
«sub-dialecto alentejano». Trata-se pois de uma variedade dialectal alentejana(26).
O trabalho que realizei sobre a linguagem dos concelbos do Alandroal,
Campo Maior, Elvas e Olivença, evidenciando as afinidades linguísticas de
toda esta região (entre as quais se destaca a influência do espanhol estremenho,
presente no apreciável grau de "yeísmo" e no dominio lexical) confirmou
a inclusão do portguês oliventino na variedade alentejana (27).
Contudo, em consequência da situação de bilinguismo e contacto de línguas
vivida no concelbo, o português de Olivença apresentava já características
peculiares, fruto da interferência linguística do espanhol. Condicionalismos
vários, de teor sociolinguístico, propiciaram uma grande
tolerância à influência da língua oficial, constituindo factor determinante a
escolarização de matiz exclusivamente castelhano. Na verdade, o desconhecimento
do suporte escrito da língua portuguesa contribuiu para o sentimento
dc inferioridade, relativamente a este instrumento de comunicação,
detectado em muitos oliventinos. As atitudes do falante, a este respeito
muito claras, consideravam o português local um «chaporrêo», uma forma
corrupta de falar, uma linguagem desajeitada. Linguistica e socialmente
desprestigiado, porque ausente da Instituição escolar, da Administração
pública, da Igreja e dos media (25), rapidamente se identificou com a ruralidade
e o analfabetismo, como se fosse o eco do passado, com toda a carga
negativa das duras condições de vida, que os relatos dos mais velhos recordavam.
E à medida que o português ia perdendo prestígio, domínios e funções, o
castelhano, veiculo de promoção social(29), ganhava terreno. Na verdade, só a
competência oral e escrita nesta língua permitia grangear bons empregos. Estabeleceu-
se assim uma íntima correlação entre língua portuguesa e esfera
popular e rural, por um lado, e língua espanhola e classes económica e culturalmente
privilegiadas, por outro. Nao se podendo isolar as questões Iinguísticas
do contexto sociopolítico em que se inserem, é compreensível que o precário estatuto
social do português em Olivença tenha motivado o seu declínio.
A auscultaçãoo das atitudes do falante, através do método directo (30),
junto de tinta e seis inquiridos, dezoito homens e dezoito mulheres, equitativamente
distribuídos por três camadas etárias (25-39; 40-59; 60 e mais)
e três níveis de instrução (básico, médio e superior), mostrou por esmagadora
maioria, que 95% dos oliventinos gosta mais do castelhano que do português,
que considera antigo, incorrecto, sem utilidade, perante um castelhano bonito, moderno, importante e útil.
Também relativamente ao previsível desaparecimento do português de
Olivença se verificou uma quase unanimidade de opiniões. Com efeito, só
dois inquiridos se mostraram preocupados com esta perda, que lamentaram.
Para os restantes, a morte desta língua na sua terra é necessária, para a construção
dum futuro melhor, que só o bom domínio do castelhano garante. A
rejeição do português atingiu maior veemência no sexo feminino, o que está
em sintonia com estudos similares que apresentam as mulheres na liderança
da adesão à língua oficial (31).
Constituindo as atitudes do falante factor decisivo do futuro das línguas,
sobretudo quando está em risco a sua sobrevivência(32), um quadro tão desfavorável poderá, talvez, ajudar a explicar a situação agonizante do idioma
luso em Olivença.
São, de facto, muitas e complexas as razões, que conduzem à morte de
um idioma num determinado território (33), tal como variam, de autor para autor,
os diferentes níveis de risco a ter em conta, na construção de tabelas
classificativas (34). Assim, Michael Krauss considera que há línguas fora de
perigo, cm perigo, moribundas e extintas. Stephen Wurm, por seu turno,
propõe uma tabela com cinco níveis, direccionada exclusivamente para as
situações de risco. Segundo este autor, as línguas ameaçadas podem estar:
potencialmente em risco — social e economicamente em desvantagem, sofrendo
pressão da língua maioritária e começando a perder falantes infantis;
em risco — com poucas ou nenhumas crianças a falá-las, sendo os falantes
mais novos adultos jovens; seriamente em perigo — os seus falantes têm
cinquenta anos ou mais; moribundas — têm apenas um punhado de falantes,
em regra muito velhos; extintas — sem falantes.
De acordo com estas tabelas classificativas, o português de Olivença
está seriamente cm risco, para S. Wunn, e moribundo, para M. Krauss.
Com efeito, na pesquisa realizada, os seguintes aspectos evidenciam uma sítuação
de agonia linguística:
— Ausência de falantes monolingues (35);
— Língua confinada à geração mais velha, com escassa ou nenhuma
competência passiva nas restantes camadas etárias(36);
— Uso quase exclusivamente doméstico e consequente monoestilismo(37);
— Frequente mudança para o casteihano, no meio do discurso em português,
raramente ocorrendo o inverso;
— Ampla interferência linguística do idioma dominante.
O processo de morte linguística passa peía gradual perda de fluência
nessa língua, em parte motivada peía presença invasiva da língua maíoritária. Assim, relativamente à fonética, abundam as interferências.
Confrontando a pesquisa de 1970 com a actual, verificou-se um acréscimo
significativo dos seguintes fenómenos(3Cool:
— aspiração e supressão de -s final de sílaba e de palavra: atráh ‘atrás’,
Liboa ‘Lisboa’, dôcih ‘doces’, casa ‘casas’; hcreve ‘escreve’;
- supressão de -r final: lavá ‘lavar’, mudjé ‘mulher’, amó ‘amor’;
— yeísmo, com altemáncia entre y e dj: abeya e abedja ‘abelha’, mayo
e macdjo ‘malho’,fiya e fidja ‘filha’;
— realizaçao de /v/ como [b],trago linguístico característico dos falares
do norte de Portugal e ausente da variedade dialectal alentejana:
barrer ‘varrer’, biage ‘viagem’, cabalo ‘cavalo’; a par de realizações
de /b/ como[v], manifestando a insegurança linguística dos
falantes:fevri ‘febre’, envição ‘ambição’. vívora ‘víbora’;
- presenga dos fonemas /tch/ e /x/: antcha ‘larga’, esp. ancha, cotchi’ automóvel’,
esp. coche, xefi ‘chefe’, esp. jefe, xitano ‘cigano’, esp. gitano;
— síncope de -d- intervocálico: arao ‘arado’, levantao ‘levantado’,
bria ‘brida, rédeas’.
Também no domínio da morfologia é grande a influência espanhola (39)
-artigos: lo, la, uno, una, ‘o’, ‘a’, ‘um’, ‘uma’;
-substantivos e adjectivos: com género diferente, o arvo ‘a árvore’, o
viage ‘a viagem’, a risa ‘o riso’; com diferente formação de plural,
ancianos ‘anciãos’, animalis ‘animais’, cristianos ‘cristãos’ ,funilis
‘funis’;
— pronomes e adjectivos determinativos: yo e yeu ‘eu’, esto ‘isto’, esso
‘isso’, todo ‘tudo’, qualquera ‘qualquer’;
-advérbios e locuções adverbiais: adji ‘ali’, temprano ‘cedo’, tampoco
‘também não’,pronto ‘depressa’.
De igual modo, se espanholizou a sintaxe(40). Como exemplos apontarei
a antecipação dos pronomes às formas verbais (os trazem num coche ‘trazem-
nos num automóvel’; le déto pimenta ‘deito-lhe pimenta’; lhos di
‘dei-lhos’), a posposição dos adjectivos demonstrativos em relação ao
substantivo (o cesto aquele ‘aquele cesto’, a mesa esta ‘esta mesa’) e a
substituição do imperfeito do conjuntivo pelo mais-que-perfeito do indicativo
(se fôramos a aventar ‘se fôssemos deitar fora’, se o ninho cantara ‘se
o menino cantasse’).
Mas foi sobretudo o léxico, o sector da língua onde melhor se espelha a
realidade extra-linguística, que sofreu mais profundo dano. Muitas palavras
caíram no esquecimento, gradualmente substituídas pelas correspondentes
espanholas. E este processo não atingiu apenas as palavras comuns, as do
intercâmbio diário (já nem mencionando os nomes das coísas novas, todos
eles, evidentemente, castelhanos). Mesmo as palavras das coisas antigas, os
nomes das plantas, dos animais, das alfaias agrícolas, as ladainhas religiosas
se deixaram espanholizar. Alguns exemplos: chispear ‘chuviscar’,
esp. chispear,fresa ‘morango’, esp.fresa, guelondrina ‘andorinha’, esp. golondrina,
membrilho ‘marmelo’, esp. membrillo, molisna ‘chuva miúda’,
esp. mollizna, orilha ‘margem do rio’, esp. orilla, remolacha ‘beterraba’,
esp. remolacha.
A língua dominante invadiu as ruas, as casas, os nomes e as pessoas.
Orgulhosa, altifalante, espaçosa e forte como uma maré cheia, inundou
quase tudo. O que resta em Olivença do idioma luso é a sombra tímida, envergonhada,
de uma língua que os oliventinos não puderam ou não quiseram
preservar.
A morte do português em Olivença constituirá um lamentável empobrecimento
do património cultural da região, pois como afirma Marianne Mithum: «The loss of languages is tragic precisely because they are not interchangeable,precisely because they represent the distillation of the thoughts and communication of a people over their entire history»(41).
_________________________________________
NOTAS |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Ter 5 Jun - 1:55 | |
| ................/.............. NOTAS: (1)Matias, Maria de Fátima Rezende(1984): Billinguismo e níveis socíolinguísticos numa região luso-espanhola (concelhos de Alandroal, Campo Maior, Elvas e Olivença), Separata da Revista Portuguesa de Filologia, vois. XVIII e XIX, Coimbra. (2 )Lieberson, Stanley (1980): «Procedures for improving sociolinguistic surveys of language maintenance and language shifts», lnternational Journal of The Sociology of Language, 25, The Hague/Paris/New York, Mouton, p. [3: «(...) Ihe ideal solution for studying the dynamics of language behavior calls for surveys conducted at two or more different times in the same setting». (3)Baker, Colin (1995): Attitudes and language, Clevelon/Philadelphia/Adelaide. Multilingual Matters, p. 16: «(...) attitudes may be better predictors of future behaviour than observation of corrent behaviour» (4)Girão, A. Amorim (1949-1951): Geografla de Portugal, Porto, p. 21 e 47. (5)Sá, Mário de Vasconcelos e (1928>: « Condições geográficas». in Damiáo Peres (dir): História de Portugal, 1, Barceios, Pp. 47-48; Girão, Amorim (1933): Esboço de uma carta regional de Portugal, Coimbra, Pp. 118-119. (6) Cabral, F. Caldeira (1963): «Alentejo: geografia humana e económica: agricultura e criação de gado», in Verbo. Enciclopédia luso-brasileira de cultura. 1, Lisboa, 1108-11lO: Campesino Fernández, A. e Ferrera Martínez, M. (1989): « Olivenza y la articulación de su espacio comarcal fronterizo», Encuentros. Revista hispano-portuguesa de Investigadores en Ciencias Humanas y Sociales, 1, Olivenza, p. 53. (7)Ribeiro, Orlando (1961): Geografía e Civílização. Temas portugueses, Lisboa, p. 92; Idem (1940): «Villages et communautés rurales au Portugal», in Biblos, XVI, p. 423. (8)Picão, José da Silva (1947): Através dos campos. Usos e costumes agrícolo-alentejanos (concelho de Elvas), Lisboa, PP. 335-343; Dias, Jorge (1963): «Alfaia agrícola», in Joel Serráo (dir):Dicionário de História de Portugal,I, Lisboa, pp. 93-94; Idem (1963): «Arado», ibidem, pp. 171-172. (9)Ribeiro, Orlando (1961): Geografía e Civilização. Temas portugueses, Lisboa, pp. 70-77. (10) Idem, ibídem, PP. 29-55. (11)Sequeira, Gustavo de Matos e Júnior, Rocha (1924): Ohívença, Lisboa, PP. 104-105. (12) Rodríguez Amaya, Esteban (1949): «Don Juan Alfonso de Alburquerque, canciller de D.Pedro el Cruel», in Revista de Estudios Extremeños, V, Badajoz, pp. 180-192 e 241-245. (13) Idem, ibidem, pp. 174-175. (14)Sobre o problema histórico-político de Olivença, vejam-se: Almeida, Fortunato (1926):História de Portugal, IV, Coimbra, pp. 464-467; Peres, Damião (1934): «Fim da guerra peninsular:a paz geral» in Damião Peres (dir): História de Portugal, VI, Barcelos, Pp. 355-360; Veloso,Queirós (1939): Como perdemos Olivenç, Lisboa. (15)Weinreich, Uriel(1968): «Unilinguisme et multilinguisme», in André Martinet (dir): Le langage,Paris, Gallimard, p. 679: «Quand une langue est exclue de certaines fonctions génératrices de prestige, tel l’emploi officiel dans les affaires du gouvernement, il en résulte une dévaluation de cette langue qui n’oppose plus d’obstacles aux interférences et laisse se perpétuer les innovations introduites par les bilingues». (16)Contam-se, entre as excepções, o duque de Palmela, D. Pedro de Sousa e Holstein, o Grupo dos Amigos de Olivençae o Comité Olivença Portuguesa de Estremoz. (17)Antes da anexação, o trânsito de pessoas e coisas fazia-se peía ponte da Ajuda, sobre o Guadiana,através de uma barca, cujas despesas e lucros eram repartidos pelos concelhos de Elvas e Olivença. Cf. Sequeira, Matos e Júnior, Rocha (1924): Olivença, Lisboa, PP. 263-271. (1Cool Vasconcelos, J. Leite (1890-1892): «0 português de O1ivença», in Revista Lusitana, II, Porto,Pp. 347-349. (19) Sobre este fenómeno, suas características, cronologia e extensão, vejam-se: Alonso, Amado(1951): «La "ll" y sus alteraciones en España y América», in Estudios dedicados a Menéndez Pidal, II, Madrid, Pp. 41-89; Matias, Maria de Fátima Rezende (1984): Bílínguismo e níveis sociolinguístícos numa região luso-espanhola. Coimbra, PP. 153-156. (20) Sequcira, Matos e Júnior, Rocha (1924): Olivença, Lisboa, p. 248. (21) Calvet, Louis-Jean (1988): Linguistique et colonialisme. Petil traité de glottophagíe, Paris,Payot, p. 72; Appel, René e Muyskcen, Pieter (¡997):Language contact and bilingualism, London,Arnold, p. 36: «Urban-rural differences are important in the analysis of language shift as well. Generally,rural groups tend to preserve a minority language much longer than urban groups». (22) Cryssal, David (2000): Language death, Cambridge, University Press, p. 20; Edwards,John (1985): Language, society and identity, Oxford, Blackwell, p. 50: «The most familiar process by which death occurs is lack of transmission of an original language from parents to children». (23) Denison, Norman (1977): «Language death or 1anguage suicide?» in International Journal of the Sociology of language, 12, p. 21: «(...) the direct cause of language death is seen to be social and psychological: parents cease transmitting the language in question to their offspring (...)there comes apoint when multilingual parents no longer consider it necessary or worthwhile for the future of their children to communicate with them in a low-prestige language variety, and when children are no longer motivated to acquire competence in a language which is lacking in positive connotations such as youth, modernity, technical skills, material success, education.The languages at the lower end of the prestige scale retreat from ever increasing areas of their earlier functional domains, displaced by higher prestige languages, until there is nothing left for them appropriately to be used about. In this sense they may be said tu commit suicide». (24)A este respeito, veja-se o excelente livro de Crystal, David (2000): Language death, Cambridge.University Press. (25) Cintra, L. Filipe Lindley (1971): «Nova proposta de classificação dos dialectos galego-portugueses», in Boletim de Filología, XXII, Lisboa, 81-116. (26) Boldéo, M. Paiva e Silva, M. Helena (1961): «O "Mapa dos dialectos e falares de Portugal continental"», sep. do Boletím de Filología, XX, Lisboa. (27) Matias, M. Fátima Rezende (1984): Bilinguismo e níveis sociolinguísticos numa região luso-espanhola, Coimbra. (2Cool Dressler, Wolfgang e Wodak-Leodolter, Ruth (1.977): «Language preservation and language death in Brittany», in Internatíonal Journal of the Sociology of Language, 12, p. 36; Crystal, David(2000): ob. cit., p. 823: «People find they have fewer opportunities to use their language, because it has been officially marginalized. It is not found in official doniains, such as the local offices of Ihe civil service and ihe local banks. It is not found in the media. It is not found as the language of higher education». (29) Donan, Nancy (1982): «Language loss and maintenance in language contact situations», in R. Lambert e B. Freed (eds.): The loss of language skílls, Rowley, Mass., Newbury House, p. 47:« language loyalty persists as long as the economic and social circumstances are conducive lo it,but if some other language proves to have greater value, a shift to that other language begins»; Appel,R. e Muysken, P.: ob. cit., p. 32: «(...) in many bilingual communities (...) they adopt the majority language (..) because they expect that speaking that language gives better chances for upward social mobility and economic success». (30)Foram colocadas as seguintes questões: 1) De que língua gosta mais e porquê? 2) 0 que acha do português de Olivença? 3) Confinado á geração mais velha, deixará de ser falado brevemente.Como encara esta perda? (31)Edwards, John (1985): Language, society and identity, Oxford, Blackwell, p. 72. (32) Cf. Baker, Colin (1995): Attitudes and language, Clevedon, Philadelphia e Adelaide, Multilingual Matters e bibliografia aí citada; Crystal, David (2000): Language death, Cambridge. University Press, p. 81: «Languages decline when positive attitudes are missing». (33)Edwards, John: ob cit., p. 52: «The factors in the decline of languages are many and varied(...)»; Crystal, David: ob. cit., pp. 68-90. (34) Idem, ibídem, pp. 20-21. (35) Edwards, John (1985): Language,society and identíty, Oxford, Blackwell, p. 71: «When a language possesses no more monoglots, the process of decline has very often begun». (36)Idem, ibídem, p. 71. (37)Appel. René e Muysken, Pieter (1997): Language contact and bílingualism, London, Arnold,Pp. 44-45. (38)Sobre estes fenómenos e respectiva bibliografia, veja-se Matias, Maria de Fátima Rezende (1984): Bilínguismo e níveis sociolinguísticos numa região luso-espanhola, Coimbra, pp. 136-158. (39) Idem, ibídem, pp. 160-164, 167-170 e 177-181. (40)Idem, ibidem, pp. 193-206. (41) Mithun, Marianne (t998): «The significance of diversity in language endangerment and preservation» in Lenore Grenoble e Lindsay Whaley (eds): Endangered languages: current issues and future prospects, Cambridge, University Press. Revista de Filologia Românica Vol. 18(2001) 159-170 Maria de Fátima Matias (Univ. Aveiro) A agonia do português em Olivença |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Qui 7 Jun - 11:12 | |
| Grupo dos Amigos de Olivença www.olivenca.org Divulgação-07-07 Grupo dos Amigos de Olivença www.olivenca.org Divulgação-07-07 O Tratado de Viena na TSF A passagem de mais um aniversário do Tratado de Viena, que reconheceu plenamente os direitos de Portugal sobre Olivença e determinou a sua devolução por parte do ocupante, é tema em apreciação no programa da TSF «Mais Cedo ou Mais Tarde», a emitir no próximo dia 8 de Junho (sexta-feira), após as 14:00 horas, com a presença em estúdio do Presidente da Direcção do Grupo dos Amigos de Olivença. Lx., 07-06-07. CI/GAO __________________________ SI/Grupo dos Amigos de Olivença Rua Portas S. Antão, 58 (Casa do Alentejo), 1150-268 Lisboa www.olivenca.org <http://www.olivenca.org> - olivenca@olivenca.org <mailto:olivenca@olivenca.org> Tlm. 96 743 17 69 - Fax. 21 259 05 77 |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Dom 10 Jun - 1:50 | |
| NOTÍCIAS DO ALENTEJO, Jornal "on-line", 06-Junho-2007 A falta de perspectiva estratégica ... Ex.mo. Senhor Director A falta de perspectiva estratégica evidenciada por muitos daqueles que ocupam lugares de decisão na administração pública, nomeadamente nos níveis regional e local, acompanhada, habitualmente, de inabilidade e ignorância políticas, implica o desconhecimento do interesse nacional e acarreta a este, frequentemente, prejuízos de monta. Infelizmente, na ausência de um pensamento político-estratégico elaborado, conhecido e respeitado por tais decisores, multiplicam-se os casos em que se enfraquece, quando não se abandona, a defesa do bem comum dos portugueses. É já banal o modo como os meios políticos da Extremadura espanhola têm conseguido encantar e cativar alguns autarcas e outros responsáveis políticos do Alentejo raiano, os quais, aliciados com o novo «Eldorado» da «cooperação transfronteiriça» aceitam - com aparente prazer - colaborar na erecção de uma «Grã-Extremadura», cujo «epicentro» se situa em Badajoz, como reclama impante a imprensa espanhola, e na qual talvez almejem ocupar o mesquinho posto de agentes, cantineiros ou capatazes. É sintomática a ora realizada «reunión de alcaldes rayanos» em que, felizes e pressurosos, alguns presidentes de municípios norte-alentejanos acorreram à chamada do Alcalde de Badajoz, don Miguel Celdrán, e prometeram repetir a dose de três em três meses... Não está em causa, naturalmente, a conveniência e a necessidade de serem desenvolvidas relações económicas e culturais entre regiões e espaços distintos mas vizinhos, nem sequer o incremento de um descomprometido diálogo político entre duas realidades adjacentes, de onde podem resultar ganhos e benefícios para todos. Mas já haverá de ser visto com reserva um projecto voluntarista que, privilegiando certamente Badajoz e a «Grã-Extremadura», se apresenta, na sua ambiguidade, de ganhos duvidosos para as terras alentejanas. Tudo isto, claro, ainda no pressuposto de que os referidos decisores não estarão, imaginando don Miguel Celdrán como um novo Godoy, conquistados para a ideia de fazerem do Alentejo uma grande Olivença, Agradeço a atenção e, se o entender, a publicação destas simples observações, Almada, 05-06-2007. António Marques Quarta, 06 de Junho de 2007 - 08:10 Fonte: - Jornalista : |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Ter 12 Jun - 7:14 | |
| Centro de Estudos S. João de Deus História dos Irmãos Hospitaleiros em exposição A Exposição "Os Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus e os Hospitais Militares em Portugal, Séculos XVII-XVIII" vai estar patente em Lisboa, na Sede da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, Rua S. Tomás de Aquino, entre os dias 8 e 12 (altura coincidente com o XXVI Capítulo Provincial) sendo depois inaugurada, no dia 15 pelas 21H30, no Museu-Fortaleza de Peniche, onde permanece até ao dia 8 de Julho. A Revolução de 1640 é historicamente reconhecida como a Restauração da monarquia lusitana face à espanhola e trouxe, como consequência directa das acções bélicas entre os dois reinos, uma nova problemática quanto à questão do tratamento dos feridos e aos óbitos que surgiram nas campanhas militares e refregas de fronteira. Foi nesse sentido, que El-Rei de Portugal D. João IV incumbiu os Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus de administrarem os Hospitais Reais Militares durante o período belicista que se instalou na Península Ibérica. Numa primeira fase restringiu-se ao Alentejo, em 1645, a Elvas, a Campo Maior e Olivença, e numa segunda fase, desde 1646, a todas as Praças de fronteira, começando pela Praça de Monção. Os Reais Hospitais Militares, tal como as fortalezas abaluartadas que proliferam pelo reino constituem um dos mais emblemáticos empreendimentos de aparato, pelo que não podemos dissociar a sua localização geográfica e espacial, urbana, arquitectónica e, sem dúvida a artística e cultural. Após o fim das Batalhas da Restauração, em 1668, os Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus continuaram como administradores e enfermeiros dos Reais Hospitais Militares até data extrema de 1834. Os Reais Hospitais Militares são vulgarmente conhecidos como Hospitais Militares de S. João de Deus. Pelo contexto referido Marín Garcia, artista plástico, e Augusto Moutinho Borges, historiador e doutorando em História da Medicina, desenvolveram um projecto artístico-cultural para inventariar e desenhar os Reais Hospitais Militares na fronteira Luso-Espanhola, séculos XVII-XVIII, que foi transposto a papel, método de tinta-da-china e lápis. Esta Exposição já figurou em diversas localidades peninsulares entre 2006 e 2007, com um total de 25 500 visitantes. Centro de Estudos S. João de Deus |
| | | IzNoGuud Admin
Número de Mensagens : 418 Localização : Algarve Data de inscrição : 05/07/2006
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Qua 13 Jun - 3:52 | |
| Creio que já é hora de avançar e apresentar trabalho neste caso e assim, gostava de pedir ao Diogo Ventura para apresentar o debate apresentado neste tópico aos Amigos de Olivença, onde foram debatidos e apresentadas diversas opções de resolução para a questão de Olivença, sendo que o nosso amigo Diogo Ventura teve todo o tempo para expor, como o tem feito, as posições dos Amigos de Olivença.
Noto que as votações não se alteram há muito. Tendo assim, creio eu, chegado a uma posição definida por parte deste espaço. Gostava assim de pedir ao Diogo Ventura, para apresentar a nossa posição aos Amigos de Olivença e pedir-lhes uma resposta quanto ao que se debateu e quanto às posições aqui assumidas.
Um abraço,
IzNoGuud | |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Qua 13 Jun - 8:43 | |
| Caro Izz. Não consigo enviar mp ,quanto há sua sugestão concertesa, os membros da direcção têm conhecimento absoluto das posições deste forúm. Gostaria de de dizer que como este espaço é sobre a questão de Olivença e Terras de Juromenha eu tenho tentado dar o máximo de divulgação possivel á semelhança de outros forúns que estou inscrito. Quanto há votação (21) ,no meu ponto de vista não tem expressão de relevo em relação ás leituras dos post's (-+ 260) até hoje. Mas se Iz quiser entrar em contacto é simples olivenca@olivenca.org vai ser bem recebido de certeza . |
| | | IzNoGuud Admin
Número de Mensagens : 418 Localização : Algarve Data de inscrição : 05/07/2006
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Qua 13 Jun - 8:59 | |
| - Diogo Ventura escreveu:
- Caro Izz.
Não consigo enviar mp... Meu caro, não terá a sua caixa de mensagens, tanto a de recebidas quanto a de enviadas cheia? - Diogo Ventura escreveu:
- ...quanto há sua sugestão concertesa, os membros da direcção têm conhecimento absoluto das posições deste forúm.
Gostaria de de dizer que como este espaço é sobre a questão de Olivença e Terras de Juromenha eu tenho tentado dar o máximo de divulgação possivel á semelhança de outros forúns que estou inscrito. Muito lhe agradeço então pelo trabalho prestado pelo meu amigo, que é de um valor inestimável. - Diogo Ventura escreveu:
- Quanto há votação (21) ,no meu ponto de vista não tem expressão de relevo em relação ás leituras dos post's (-+ 260) até hoje.
Meu caro, cada vez que entramos no tópico, conta como uma leitura, logo só o meu amigo aqui deve ter mais de 100 "leituras". Por isso não podemos igualmente dar mais relevo às leituras do tópico para além disso mesmo. No máximo se for um tópico com muitas leituras, tal denotará algum interesse dos membros e não só deste espaço. Quanto aos 21 votos, é lógico que são uma pedrada no charco, mas são 21 Portugueses que respondem com alguma frequência e de quadrantes políticos e ideológicos por vezes distintos. Ou seja, aqui o meu amigo consegue uma amostra mais abrangente do que num espaço que esteja limitado apenas a uma franja ideológica, se me estou a fazer entender. Pelo menos é isso que eu creio. Não quero com isto afirmar que o sentido de voto dos 21 participantes é definitivo, mas apenas que uma votação independente sobre este assunto deveria ser tomada em conta por parte dos Amigos de Olivença. Aqui estamos todos interessados em resolver este diferendo e creio que todos temos a certeza que a razão está do nosso lado. Mas uma coisa é conseguirmos resolver o diferendo e outra coisa é ir deixando o mesmo desvanecer-se nas malhas do tempo, qual D. Sebastião. Ao invés de apenas exigirmos Olivença para Portugal, conforme está definida em Tratado, porque não apresentar outras alternativas? Porque não apelar ao Tribunal Europeu, não terão estes competência sobre este caso? Um abraço, IzNoGuud | |
| | | Longair
Número de Mensagens : 402 Data de inscrição : 29/08/2006
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. Qua 13 Jun - 13:08 | |
| Então ja se convençeram que olivença so muda quando for independente pois voltar pa nós so no virtual, hahahahahaha | |
| | | Conteúdo patrocinado
| Assunto: Re: Olivença, Posições e Resoluções possíveis. | |
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| | | | Olivença, Posições e Resoluções possíveis. | |
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