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| | ESPAÇO CULTURAL | |
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Autor | Mensagem |
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Longair
Número de Mensagens : 402 Data de inscrição : 29/08/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sex 19 Jan - 14:00 | |
| mas e kultura tb na é culinaria, receitas, doces | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sex 19 Jan - 15:20 | |
| LOL. Com toda a razão caro Longair. A Culinária e sua tradição, conta-nos a história de cada uma das regiões. |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sáb 20 Jan - 13:19 | |
| Caro Longair,cá lhe faço a vontade,deixo-lhe aqui uma receita de bolo mágica que me foi dada por uma amiga estudiosa destas coisas do paganismo...não sei se é bom,ou se sai bem,pois ainda não o experimentei: Bolo de Limão da Morgana ingredientes: 8 ovos 4 xícaras de açucar mascavado 2 xícaras de farinha comum 2 xícaras de farinha integral 2 xícaras de leite Casca ralada de 2 limões 1 xícara de óleo de gergelim 1 colher de chá de fermento 1 pitada de cardamomo 1 xícara de passas 1/2 xícara de amêndoas 1 pitada de pétalas secas de rosas Bolo propício para a sedução,deve ser preparado na lua-cheia.A autora dá a dica de queimar pétalas num incenso feito com rosas,4 dentes de cravo e 2 folhas de louro. Depois do bolo estar pronto,a autora sugere que sirva o bolo numa mesa com toalha cor-de-rosa clara,ornada com orquídeas e/ou rosas. Se preferir pode colocar sobre a mesa uma cesta com maçãs vermelhas. Enquanto prepara a receita,concentre-se e dedique-o a Morgana. Bata o açúcar com o óleo.Junte os ovos,depois de bater bem,acrescente as farinhas,o fermento e o leite. Continue batendo,junte os demais ingredientes e leve ao forno. Bom apetite e bons augúreos | |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sáb 20 Jan - 14:03 | |
| Caro Nuno,sempre com belos poemas,desta vez do grande Aleixo,um poeta muito sentido e que como dizes é uma lição de vida,é lindo... Passo a transcrever de Antero de Quental Ad Amicos Em vão lutamos.Como névoa baça, A incerteza das coisas nos envolve. Nossa alma em quanto cria,em quanto volve, Nas suas próprias redes se embaraça. O pensamento,que mil planos traça, É vapor que se esvai e se dissolve; E a vontade ambiciosa,que resolve, Como onda entre rochedos se espedaça. Filhos do amor,nossa alma é como um hino À luz,à liberdade,ao bem fecundo, Prece e clamor dum pressentir divino; Mas num deserto só,árido e fundo, Ecoam nossas vozes,que o Destino Paira mudo e impassível sobre o mundo. | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sáb 20 Jan - 14:04 | |
| LOL, ai que grande trabalheira. Será que não haverá já congelado?lol
Um abraço |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sáb 20 Jan - 14:49 | |
| Cara amiga,não exageremos,então as receitas mágicas congeladas???Assim perdiam toda a magia,olhe que está a ofender os puristas da coisa!... Já agora,passo a transcrever para si um poema de Almeida Garret ROSA SEM ESPINHOS Para todos tens carinhos, A ninguém mostras rigor! Que rosa és tu sem espinhos? Ai,que não te entendo,flor! Se a borboleta vaidosa A desdém te vai beijar, O mais que lhe fazes,rosa, É sorrir e é corar. E quando a sonsa da abelha, Tão modesta em seu zumbir, Te diz:"Ó rosa vermelha, Bem me podes acudir: Deixa do cálix divino Uma gota só libar... Deixa,é néctar peregrino, Mel que eu não sei fabricar..." Tu de lástima rendida, De maldita compaixão, Tu à súplica atrevida Sabes tu dizer que não? Tanta lástima e carinhos, Tanto dó,nenhum rigor! És rosa e não tens espinhos! Ai!,que não te entendo,flor. | |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sex 26 Jan - 14:45 | |
| Para uma amiga muito especial,um pqueno poema de um poeta que ela muito preza: De Carlos Drummond de Andrade Por quê? Por que nascemos para amar,se vamos morrer? Por que morrer,se amamos? Por que falta sentido ao sentido de viver,amar,morrer? | |
| | | Longair
Número de Mensagens : 402 Data de inscrição : 29/08/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sáb 27 Jan - 17:50 | |
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| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Dom 28 Jan - 8:09 | |
| "Pois interessante"...Refere-se à receita de culinária mágica que lhe dediquei mais atráz?...Já experimentou? | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Dom 4 Fev - 13:14 | |
| - Beladona escreveu:
- Para uma amiga muito especial,um pqueno poema de um poeta que ela muito preza:
De Carlos Drummond de Andrade Por quê? Por que nascemos para amar,se vamos morrer? Por que morrer,se amamos? Por que falta sentido ao sentido de viver,amar,morrer? Obrigada Beladona. Agora deixo-lhe aqui uma pequena maravilha de Caetano que bem retrata a liberdade a multi-cor da sociedade brasileira, a multi religião, e a comunhão de uma miscelânia, maravilhosa e única Feitiço Caetano Veloso Nosso samba Tem feitiço, Tem farofa Tem vela e tem vintém E tem também Guitarra de rock'n'roll, batuque de candomblé Zabé come zumbi Zumbi come zabé Zabé come zumbi Zumbi come zabé Tem mangue bit, berimbau Tem hip-hop, vigário geral Tem reagge pop, fundo de quintal Capão redondo, candeal Tem meu muquiço, meu largo do tanque Tem funk, o feitiço indecente Que solta a gente Aquele abraço... Tem mangue bit, berimbau Tem hip-hop, vigário geral Tem reagge pop, fundo de quintal Capão redondo, candeal Tem meu muquiço, meu largo do tanque Tem funk, o feitiço indecente Que solta a gente Nosso samba No post seguinte, traduzo algum do vocabulário e sua história. Um abraço |
| | | Longair
Número de Mensagens : 402 Data de inscrição : 29/08/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Dom 4 Fev - 17:39 | |
| ai ai ai a voltamos nos aos poemas ui tanto açucar faz mal ao meu colestrol hahahahahaha | |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Qua 7 Fev - 17:22 | |
| Obrigada amiga,é lindíssimo!!! Vou transcrever um soneto de José Ary dos Santos que se intitula: Soneto presente Não me digam mais nada senão morro aqui neste lugar dentro de mim a terra de onde venho é onde moro o lugar de que sou é estar aqui. Não me digam mais nada senão falo e eu não posso dizer eu estou de pé. De pé como um poeta ou um cavalo de pé como quem deve estar quem é. Aqui ninguém me diz quando me vendo a não ser os que eu amo os que eu entendo os que podem ser tanto como eu. Aqui ninguém me põe a pata em cima porque é de baixo que me vem acima a força do lugar que for o meu. | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Qui 8 Fev - 11:16 | |
| Também adoro, o nosso querido Ary dos Santos e com Ary dos Santos, continuo A cidade é um chão de palavras pisadas A cidade é um chão de palavras pisadas a palavra criança a palavra segredo. A cidade é um céu de palavras paradas a palavra distância e a palavra medo. A cidade é um saco um pulmão que respira pela palavra água pela palavra brisa A cidade é um poro um corpo que transpira pela palavra sangue pela palavra ira. A cidade tem praças de palavras abertas como estátuas mandadas apear. A cidade tem ruas de palavras desertas como jardins mandados arrancar. A palavra sarcasmo é uma rosa rubra. A palavra silêncio é uma rosa chá. Não há céu de palavras que a cidade não cubra não há rua de sons que a palavra não corra à procura da sombra de uma luz que não há. José Carlos Ary dos Santos |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Qui 8 Fev - 12:55 | |
| Também gosto muito de poesia e de ler. Também vou deixar um poema Agora que eu vou cantar viva o meu atrevimento quem não me quiser ouvir bote os ouvidos ao vento Por bem cantar, mal não digas dos que a voz aqui levantam pois uns cantam o que sabem e outros sabem o que cantam Poesia popular alentejana |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Qui 8 Fev - 13:38 | |
| Ai cara amiga,é lindo,não resisto,vou transcrever só mais dois sonetos de José Carlos Ary dos Santos que demonstram bem a força e frontalidade deste grande poeta:
Auto-retrato
Poeta é certo mas de cetineta fulgurante de mais para alguns olhos bom artesão na arte da proveta narciso de lombardas e repolhos.
Cozido à portuguesa mais as carnes suculentas da auto-importância com toicinho e talento ambas partes do meu caldo entornado na infância.
Nos olhos uma folha de hortelã que é verde como a esperança que amanhã amanheça de vez a desventura.
Poeta de combate disparate palavrão de machão no escaparate porém morrendo aos poucos de ternura.
-//-
Os cães da infância
São os cães da infância os cães dementes ladrando-me às canelas do passado cães mordendo-me a vida com os dentes ferrados no meu sexo atormentado.
Paguei cada minuto do presente com vergões de amor próprio vergastado porém só fala quem se não consente vencido temeroso ou amarrado.
Contra os cães uivo.Não me fico assim. Não tenho pai nem mãe.Nasci de mim macho e fêmea gerando o desespero.
Lutar é tudo quanto sou capaz. Não me pari para viver em paz. Tudo o que sou é menos do que eu quero. | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sex 9 Fev - 14:33 | |
| Lindo Beladona, agora veja se conhece este autor de poesia popular brasileira, Solano Trindade Deixo-lhe aqui dois que considero uma maravilha SOU NEGRO A Dione Silva Sou Negro meus avós foram queimados pelo sol da África minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs Contaram-me que meus avós vieram de Loanda como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo e fundaram o primeiro Maracatu. Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi Era valente como quê Na capoeira ou na faca escreveu não leu o pau comeu Não foi um pai João humilde e manso Mesmo vovó não foi de brincadeira Na guerra dos Malês ela se destacou Na minh'alma ficou o samba o batuque o bamboleio e o desejo de libertação...[/i][/b] GRAVATA COLORIDA
Quando eu tiver bastante pão para meus filhos para minha amada pros meus amigos e pros meus vizinhos quando eu tiver livros para ler então eu comprarei uma gravata colorida larga bonita e darei um laço perfeito e ficarei mostrando a minha gravata colorida a todos os que gostam de gente engravatada...[/img] |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sáb 10 Fev - 12:42 | |
| Por acaso não conhecia esse poeta mas,tem dois belos poemas. Passo a transcrever do poeta Tomás Pinto Brandão o soneto: Epitáfio Caminhante que vás tão de corrida, Pois em nada reparas na jornada, Repara por tua vida no seu nada, Que foi toda uma morte a minha vida. Também do mundo andei muita partida, Posto que em diligência mal parada, E por não ser verdade incorporada Uma mentira sou desvanecida. Eu tive ocupação sem exercício, Eu fui mui conhecido sem ter nome, Eu,ingrato,morri sem benefício. Exemplo toma de mim,ó pobre homem, Que se tratares mal,vives de vício, E se viveres bem,morres de fome. | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Ter 13 Fev - 12:26 | |
| Não conhecia, cara amiga, é lindo.
Bom, o CARNAVAL TÁ CHEGANDO. Você conhece a História do Samba?
Um pequeno resumo, escrito de acordo com dicionário e gramática brasileira. Assim como assim, é bom ir pegando o jeito, pois com esse novo acordo ortográfico, já podemos adoçicar nosso português.
O samba, como conhecemos atualmente, tem origem afro-baiana, temperado com misturas cariocas. Nasceu da influência de ritmos africanos, adaptados para a realidade dos escravos brasileiros e, ao longo do tempo, sofreu inúmeras transformações de caráter social, econômico e musical até atingir as características conhecidas hoje.
O gênero, descendente do lundu (canto e dança populares no Brasil do século XVIII), começou como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, principalmente para a região da Bahia. Também conhecido por umbigada ou batuque, consistia em um dançarino no centro de uma roda, que dançava ao som de palmas, coro e objetos de percussão e dava uma ''umbigada'' em outro companheiro da roda, convidando-o a entrar no meio do círculo.
Com a transferência, no meio do século XIX, da mão-de-obra escrava da Bahia para o Vale do Paraíba e, logo após, o declínio da produção de café e a abolição da escravatura, os negros deslocaram-se em direção a capital do país, Rio de Janeiro.
Instalados nos bairros cariocas de Gamboa e Saúde, eles dariam início à divulgação dos ritmos africanos na Corte. Eram nas casas das tias baianas, como Amélia, Ciata e Prisciliana, que aconteciam as festas de terreiro, as umbigadas e as marcações de capoeira ao som de batuques e pandeiros. Essas manifestações culturais propiciariam, conseqüentemente, a incorporação de características de outros gêneros cultivados na cidade, como a polca, o maxixe e o xote. O samba carioca urbano ganha a cara e os ritmos conhecidos.
Em 1917 foi gravado em disco o primeiro samba chamado ''Pelo Telefone''. A música, de autoria reivindicada por Donga (Ernesto dos Santos), geraria polêmica uma vez que, naquele tempo, a composição era feita em conjunto. Essa canção, por exemplo, foi criada numa roda de partido alto (pessoas que partilhavam dos antigos conhecimentos do samba e designava música de alta qualidade), do qual também participaram Mauro de Almeida e Sinhô (José Barbosa da Silva), que se auto-intitulou ''o rei do samba''.
Após a primeira gravação, o samba conquistaria o mercado fonográfico e, com a inauguração do rádio em 1922 - único veículo de comunicação em massa até então -, alcançaria as classes médias cariocas. O novo estilo seria, ainda, abraçado e redimensionado por filhos de classe média, como o ex-estudante de Medicina Noel Rosa e o ex-estudante de Direito, Ari Barroso, através de obras memoráveis como ''Tarzan, o filho do alfaite'' e ''Aquarela do Brasil''.
O advento do rádio ainda transformaria nomes como Francisco Alves, Orlando Silva e Carmen Miranda em grandes ídolos do samba. |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Ter 13 Fev - 12:31 | |
| Desde que o Samba é Samba Composição: Caetano Veloso A tristeza é senhora, Desde que o samba é samba é assim A lágrima clara sobre a pele escura, a noite e a chuva que cai lá fora Solidão apavora, tudo demorando em ser tão ruim Mas alguma coisa acontece, no quando agora em mim Cantando eu mando a tristeza embora O samba ainda vai nascer, O samba ainda não chegou O samba não vai morrer, veja o dia ainda não raiou O samba é o pai do prazer, o samba é o filho da dor O grande poder transformador |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Ter 13 Fev - 14:35 | |
| Cara amiga,interessante a história do Samba que não conhecia,com um lindo poema canção. Como amanhã é o Dia dos Namorados,passo a transcrever uma pequena miscelânia de poemas de Amor: "Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer (...)" de Luís Vaz de Camões "Quem foi que à tua pele conferiu esse papel de mais que tua pele ser pele da minha pele." de David Mourão "Espero sempre por ti o dia inteiro (...) E há em todas as coisas o agoiro De uma fantástica vinda." de Sophia de Mello Breyner "(...) Mas é na intimidade e no segredo, Quando tu coras e sorris a medo, Que me apraz ver-te e que te adoro. flor (...)" de Antero de Quental | |
| | | Anonymou Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Qua 14 Fev - 2:34 | |
| Só conhecia o do Camões. Os outros são tristes. |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Qui 15 Fev - 11:23 | |
| Cara Francisca Tens toda a razão,vê se gostas mais deste. Vou transcrever um lindo (acho eu) poema de amor,que é mais uma dedicatória de William Shakespeare: Ao seu Amor Poderei comparar-te a um dia de Verão? Mas tu és mais suave e muito mais formosa; Em Maio a ventania sacode os botões de rosa E o Estio tem apenas uma curta duração; O fogo celeste queima-nos com o seu ardor, Ou o seu brilho dourado perde o seu fulgor; E todas as formosas um dia perdem a beleza Por acaso,ou pelas mudanças da natureza. Mas o teu eterno Verão não se desvanecerá Nem a beleza de que és devedora ele perderá; Nem a Morte de ti na sua sombra se há-de gabar, Quando nos desígnios eternos a tua vez chegar. Enquanto os homens viverem,enquanto os olhos virem, Isto não tem fim e é isto que te dá a vida. | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sex 16 Fev - 13:14 | |
| Ora Dona Marciana, aqui vai um samba, bem sambado do jeitinho que você gosta, cantado pelo grande, Caetano.
É Hoje
Caetano Veloso Composição: Didi e Maestrinho
A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela Fez um desembarque fascinante
No maior show da terra
Será que eu serei o dono dessa festa Um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar O mundo inteiro espera Hoje é dia do riso chorar Levei o meu samba pra mãe de santo rezar Contra o mal olhado eu carrego meu patuá Eu levei !
Acredito Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo como mar
E como ar! É hoje o dia da alegria E a tristeza, nem pode pensar em chegar Se há na avenida alguém mais feliz que eu |
| | | Beladona
Número de Mensagens : 506 Localização : Algarve Data de inscrição : 25/09/2006
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Qui 22 Fev - 17:56 | |
| Faz hoje (23-02-2007),20 anos que faleceu José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos mais conhecido por Zeca Afonso ,Poeta/Cantor e meu saudoso professor. Passo a transcrever um poema/canção dele:
CORO DOS CAÍDOS
Cantai bichos da treva e da aparência Na absolvição por incontinência Cantai cantai no pino do inferno Em Janeiro ou em Maio é sempre cedo Cantai cardumes da guerra e da agonia Neste areal onde não nasce o dia
Cantai cantai melancolias serenas Como trigo da moda nas verbenas Cantai cantai guisos doidos dos sinos Os vossos salmos de embalar meninos Cantai bichos da treva e da opulência A vossa vil e vã magnificência
Cantai os vossos tronos e impérios Sobre os degredos sobre os cemitérios Cantai cantai ó torpes madrugadas As clavas os clarins e as espadas Cantai nos matadouros nas trincheiras As armas os pendões e as bandeiras
Cantai cantai que o ódio já não cansa Com palavras de amor e de bonança Dançai ó Parcas vossa negra festa Sobre a planície em redor que o ar empesta Cantai ó corvos pela noite fora Neste areal onde não nasce a aurora. | |
| | | RosaLati Convidado
| Assunto: Re: ESPAÇO CULTURAL Sex 23 Fev - 8:50 | |
| Cara, Beladona, bem lembrada esta evocação ao Zeca. Bem-Haja Zeca Afonso homenageado nos 20 anos da morte 2007/02/23 | 09:50 IN Portugal Diário Cantor alvo de várias homenagens, entre as quais uma realizada pela SPA. O cantor José Afonso vai ser alvo esta sexta-feira de diversas homenagens, entre as quais uma realizada pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), no dia em que se assinalam 20 anos sobre a sua morte, refere a Lusa. A iniciativa da SPA vai juntar o presidente e o vice- presidente da Sociedade, Manuel Freire e José Jorge Letria, respectivamente, e ainda dos músicos José Niza, Francisco Fanhais e Luiz Goes. A homenagem termina com o cantor Samuel a interpretar músicas do poeta e compositor José Afonso. «Tributo a José Afonso» é o nome de outra homenagem que vai decorrer no Mercado da Ribeira, também em Lisboa, com a presença dos Cantadores de Rusga, Jorge Jordan, Mingo Rangel, Rogério Charraz e ainda do actor Jorge Castro, que vai fazer a leitura de alguns poemas. Em Odivelas, a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal bem como a Associação José Afonso organizaram um colóquio onde se vai falar sobre o papel do autor na cultura e na sociedade portuguesa. Os cantores Vitorino, Janita Salomé e José Carvalho participam num concerto de homenagem a José Afonso no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz. Também em Guimarães, os 20 anos sobre a morte do compositor vão ser assinalados com uma exposição «O que faz falta» e uma teatralização da vida e obra do músico. No Café Central da Guarda será feita a homenagem: «As palavras e a música do poeta de Abril». No rol das iniciativas consta ainda uma romagem à campa de José Afonso, em Setúbal. Quinta-feira, os partidos políticos com assento no Parlamento lembraram o músico Zeca Afonso e aprovaram por unanimidade um voto, que considera que o Parlamento não seria «a casa da democracia» sem o contributo do seu som. No final da leitura do voto pela mesa do Parlamento, os deputados aplaudiram o autor da canção «Grândola, Vila Morena», que foi na madrugada de 25 de Abril de 1974 a senha do Movimento das Forças Armadas (MFA) para o derrube do regime ditatorial. O cantor José Afonso, o autor de «Grândola, Vila Morena», senha da revolução de 25 de Abril de 1974, que esteve na base da queda da ditadura, morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987 com 57 anos. Nascido em Aveiro, a 02 de Agosto de 1929, José Afonso cresceu entre Angola, Moçambique, Belmonte e Coimbra, onde frequentou o Liceu D. João III e a Faculdade de Letras e onde se iniciou também na balada, com o mestre da guitarra Flávio Rodrigues. Em 1983, foi-lhe diagnosticada a esclerose múltipla, de que viria a falecer, e foi nesse ano que José Afonso realizou os últimos espectáculos ao vivo, nos Coliseus de Lisboa e Porto, sendo então editados «José Afonso Ao Vivo no Coliseu» e «Como Se Fora Seu Filho». |
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