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 ESPAÇO CULTURAL

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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyQua 22 Nov - 11:39

Vinicius de Moraes

"São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher..."
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Beladona

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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyQua 22 Nov - 12:43

De Fernando Pessoa-Poemas

SOU UM EVADIDO

Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah,mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte.
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia.
Ser eu,é não ser.
Eu vivo fugido
Mas vivo a valer
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyQua 22 Nov - 13:20

Ai, Beladona, esse é muito lindo mesmo e nem imagino como me revejo nesse poema de Pessoa.

Um abraço
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Beladona

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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyQua 22 Nov - 17:11

Caríssima amiga

Muito obrigada pela sua sempre gentileza...

Noto que temos muitas afinidades,pois também me revejo nele e de que maneira...

Um bem haja por ser quem é

Beladona
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySex 24 Nov - 12:26

Cá volto de novo com o poeta chileno Pablo Neruda de "Odas Elementales"

Desta vêz me deixa ser feliz.
Nada aconteceu a nimguém,
não estou em parte alguma,
simplesmente sucede
que sou feliz
pelos quatro costados
do coração,andando,
dormindo ou escrevendo.
O que posso fazer,sou feliz.

(...) Tu a meu lado na areia,
és areia,
tu cantas e és canto,
o mundo
é hoje minha alma:
canto e areia
o mundo
é hoje a tua boca;
me deixa
em tua boca e na areia
ser feliz,
ser feliz porque sim,porque respiro
e porque tu respiras,
ser feliz porque toco
teu joelho
e é como se tocasse
a pele azul do céu
e sua frescura.

Hoje me deixa
só a mim
ser feliz,
com todos ou sem todos,
ser feliz
com a relva
e a areia,
ser feliz
com o ar e a terra,
ser feliz
contigo com a tua boca,
ser feliz.
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySex 1 Dez - 10:54

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in, O Primeiro de Janeiro
O poeta António Ramos Rosa venceu o Grande Prémio de Poesia APE/CTT-2005 com «Génese», uma obra já anteriormente distinguida, em Portugal, com dois outros importantes galardões literários.
Esta terceira distinção, ontem anunciada pela Associação Portuguesa de Escritores, que a instituiu, foi atribuída a «Génese» por unanimidade, por um júri constituído por Ana Gabriela Macedo, Ana Paula Arnaut e Manuel Gusmão.
O prémio, no valor de 5 mil euros, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores, é integralmente patrocinado pelos CTT-Correios de Portugal.
Com o mesmo livro, Ramos Rosa foi recentemente distinguido com o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio PEN Clube de Poesia, ambos referentes à poesia publicada em 2005.
Curiosamente, os três prémios foram atribuídos por unanimidade e têm a mesma dotação pecuniária: 5 mil euros.
O Prémio Luís Miguel Nava, instituído pela Fundação homónima, foi atribuído ao livro de Ramos Rosa por um júri constituído por quatro elementos da direcção da Fundação –
Carlos Mendes de Sousa, Fernando Pinto do Amaral, Gastão Cruz e Paulo Teixeira – e um elemento convidado, o poeta Manuel António Pina, vencedor do galardão em 2003.
O prémio do PEN Clube, por seu lado, foi atribuído por um júri constituído por Carlos Mendes de Sousa, Fernando Pinto do Amaral e Maria João Reynaud.
António Ramos Rosa, de 82 anos, um dos nomes maiores da poesia portuguesa contemporânea, é natural de Faro e autor de obras como «O Incêndio dos Aspectos», «Volante Verde», «O Ciclo do Cavalo», «Acordes» (1989, Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores) e «As Armas Imprecisas» (1992).
Da sua obra ensaística, constam «Poesia, Liberdade Livre» (1962), «A Poesia Moderna e a Interrogação do Real» (1979), «Incisões Oblíquas» (1987), «A Parede Azul» (1991) e «As Palavras» (2001).
Foi já distinguido com vários prémios nacionais e estrangeiros, entre os quais o Prémio Pessoa, em 1988

http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=c20ad4d76fe97759aa27a0c99bff6710&subsec=&id=3b6377d970a680fbbefc07c2a0e37b53
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySex 1 Dez - 14:14

De RABINDRANATH TAGORE

O Caminhante

Não me perguntes
O que é salvação
Ou onde a encontrar,
Não sou investigador,mas apenas poeta...
Vivo agarrado a esta terra.
Perante mim corre o rio da vida...
Levando na sua corrente
Luz e sombra,bem e mal,
Ganhos e perdas,lágrimas e risos,
Coisas que se entrelaçam
E se esquecem!
Sobre as suas águas
A manhã chega em profundos matizes,
O ocaso estende o seu véu carmesim,
E os raios lunares caem como o suave tacto de uma mãe.
Na noite escura
As estrelas elevam as suas orações;
Sobre as suas ondas
A madhuri(flor) oferece os seus dons,
E as aves soltam os seus cantos.
Quando ao ritmo das ondas
Silencioso dança o meu coração
Então nesse ritmo
Estão os meus limites e a minha liberdade.
Não desejo conservar nada
Nem apegar-me a nada.
Desatando os nós da união e da separação,
Quero flutuar com o Todo
Içando as minhas velas ao vento que paira.

Oh,grande Caminhante!
Para ti abrem-se os dez caminhos
Nos confins da terra,
E não tens templo,nem céu,
Nem limite final.
A cada passo tocas o chão sagrado,
Caminhando,a teu lado,oh,Incansável!
Encontro a salvação
No tesouro do caminho.
Em luz e sombra,
Nas páginas sempre novas da criação,
Em cada novo instante de dissolução
Ouve-se o ritmo das tuas danças e canções.
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyDom 3 Dez - 14:08

A cidade é um chão de palavras pisadas

A cidade é um chão de palavras pisadas
a palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.

A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.

A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.

A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.

José Carlos Ary dos Santos
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyTer 5 Dez - 13:16

Em memória dos que procuram e defendem a Verdade e a Liberdade ao ponto de lhe darem a própria vida (Anna Poliykoskaya e Alexander Litvinenko,entre outros)

Da poetisa russa Marina Tsvetáiva

Ah,venturosos e venturosas
que não sabem cantar.Para eles-
o derramar de lágrimas! Delícia-
derrama-se a dor como aguaceiro!

Para que trema algo sob a pedra.
Para mim-vocação a chicote-
no meio dos cantos fúnebres
manda o dever-cantar.

Porque David cantou reclinado
sobre o amigo que cortaram ao meio!
Se Orfeu não descesse ao Hades
mas mandasse lá a voz,

se apenas mandasse a voz às trevas
e se quedasse inútil à entrada,
Eurídice sairia pela voz
como por uma corda...

Por uma corda e para a luz,
sem regresso e às cegas
porque,se te foi dada a voz,
poeta,foi-te tirado o resto.
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyQua 6 Dez - 12:01

Não conhecia nada dessa poetisa. Gostei muito do poema, cara amiga, um abraço.

Ladainha dos póstumos Natais

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito

David Mourão-Ferreira, in "Cancioneiro de Natal"
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySex 8 Dez - 13:31

07-12-2006, in Diário das Beiras


MARAVILHAS DE PORTUGAL

Universidade de Coimbra e ruínas de Conímbriga integram lista de candidatos

ESPAÇO CULTURAL - Página 4 36308

Os Paços da Universidade de Coimbra, que começaram a ser construídos no século XIII e albergam hoje instalações académicas, a Biblioteca Joanina e o Museu de Arte Sacra, estão entre os 21 monumentos nacionais candidatos a integrar as Sete Maravilhas de Portugal.
As ruínas de Conímbriga, onde se destacam vestígios relevantes de ocupação humana e que remontam à Idade do Bronze, integral igualmente a lista..
Os restantes 19 monumentos são os seguintes:
Castelo de Almourol – É um dos monumentos militares medievais mais emblemáticos e cenográficos da Reconquista, sendo simultaneamente um dos que melhor evoca a memória dos Templários em Portugal.
Castelo de Guimarães – A sua construção inicial remonta ao tempo de Mumadona Duas, que o mandou edificar em meados do século X, com o objectivo de defender o Mosteiro de Santa Maria de Guimarães dos ataques de muçulmanos e normandos.
Castelo de Marvão – Pensa-se que a construção do actual castelo é posterior a 1299, embora existam referências muito anteriores à existência de um povoado. Tem algumas características plenamente góticas.
Castelo e todo o conjunto urbano da Vila de Óbidos – Tipicamente medieval, a vila passou para a posse de D. Afonso Henriques em 1147, ficando para trás a forte resistência muçulmana, e em 1210 foi doada às rainhas, passando a figurar como uma importante localidade da casa das soberanas nacionais.
Convento de Cristo – Juntamente com o Castelo Templário, forma um conjunto monumental único no género. O castelo foi fundado em 1160 por Dom Gualpim Pais, mestre provincial da Ordem do Templo em Portugal e dentro das suas muralhas viveram os primeiros habitantes de Tomar.
Convento e Basílica de Mafra – Monumento mais importante do reinado de D. João V, que muito influenciou a arquitectura portuguesa subsequente.
Fortaleza de Sagres – Remodelada na segunda metade do século XVIII, integra um torreão quinhentista e está inserida numa paisagem de invulgar beleza, junto ao mar.
Fortaleza e todo o conjunto intramuros da Vila de Monsaraz – Considerada uma das mais antigas vilas de Portugal, Monsaraz regista indícios de povoamento desde a Pré-História, sendo inicialmente um castro fortificado.
Igreja de São Francisco – Ao que tudo indica, a construção iniciou-se 1244, mas as obras arrastaram-se por todo o século XIII e o resultado foi um templo modesto, de dimensões mais reduzidas do que as actuais.
Igreja e Torre dos Clérigos – Das obras concebidas pelo arquitecto toscano Nicolau Nasoni no Norte de Portugal, esta é a mais antiga documentada e também a que maior projecção conheceu.
Mosteiro da Batalha – É o mais importante símbolo da Dinastia de Avis e foi construído por iniciativa de D. João I, na sequência de um voto à Virgem, caso vencesse a Batalha de Aljubarrota (1385).
Mosteiro de Alcobaça – A Abadia é um dos mais importantes mosteiros cisterciences medievais. Ao estatuto de monumento emblemático da Ordem durante o século XIII, a nível europeu, juntam-se os de primeira obra inteiramente gótica em Portugal e de segundo panteão da monarquia nacional, após os enterramentos régios de D. Afonso I e D. Sancho I em Coimbra.
Mosteiro de Santa Maria de Belém – Também conhecido por Mosteiro dos Jerónimos, é uma obra fundamental da arquitectura manuelina.
Paço Ducal de Vila Viçosa – Foi no início do século XVI que D. Jaime I, quarto duque de Bragança, decidiu edificar um novo paço em Vila Viçosa, que substituísse o espaço que habitava no castelo da vila.
Palácio de Mateus – Uma das obras mais significativas da arquitectura civil portuguesa do período barroco.
Palácio Nacional da Pena – Constitui uma das expressões máximas do Romantismo aplicado ao património edificado no século XIX em Portugal.
Palácio Nacional de Queluz e jardins – Propriedade primeira da Casa do Infantado, criado por D. João IV para os filhos segundos dos reis.
Templo Romano de Évora – Também conhecido por Templo de Diana, A construção iniciou-se na época de Augusto, no século I depois de Cristo.
Torre de São Vicente de Belém – A Torre de Belém foi construída, entre 1514 e 1520, em homenagem ao santo patrono de Lisboa, São Vicente.

VOTAÇÃO - Ministra considera escolha difícil

“Apelo à participação dos portugueses nesta saudável e inédita competição de raiz cultural, que significa a celebração do património em que todos nos revemos e a que a todos nós pertence”, afirmou ontem a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, na cerimónia de divulgação dos 21 monumentos nacionais candidatos à lista das sete maravilhas portuguesas, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Para votar nas maravilhas portuguesas basta aceder ao site www.7maravilhas.pt ou através de telefone ou SMS. Cada participante poderá votar uma vez, e escolher sete monumentos.
A ministra, que votou em sete monumentos, tendo chamado a atenção para a relevância, entre todos, do Convento de Cristo, disse ter tido dificuldades em fazer a sua escolha, mas confessou que o seu voto foi dirigido para os monumentos tutelados pelo Ministério da Cultura.
“Tive dificuldades em fazer a escolha e creio que os portugueses também vão ter, porque o nosso património é rico e os monumentos seleccionados também vão obrigar a opções difíceis”, sustentou.
Isabel Pires de Lima salientou a “relevância” deste projecto “original e criativo, que permite chamar a atenção para o património e sinalizá-lo como elemento fundamental na nossa identidade e de coesão social”.
Salientou ainda a importância da participação dos portugueses na construção da grande festa em Julho de 2007, que irá decorrer em Lisboa e onde serão divulgadas as “7 Maravilhas do Mundo” a as “7 Maravilhas de Portugal”.
“A festa vai permitir, não apenas conhecermos melhor o nosso património, mas sobretudo dar a ver a nossa riqueza patrimonial no exterior”, disse a ministra à Lusa.
Presente na cerimónia, o comissário nacional e presidente da Comissão de Honra para a eleição das Novas Sete Maravilhas do Mundo, Diogo Freitas do Amaral, destacou a importância de, pela primeira vez na história, irem ser eleitas as sete maravilhas portuguesas.
“É um contributo para a valorização do património cultural” e uma maneira de pôr os portugueses a falar sobre os monumentos, sublinhou Freitas do Amaral.
Relativamente à eleição das “Setes Maravilhas do Mundo”, Freitas do Amaral disse que mais de 30 milhões de pessoas já votaram, estimando que no final da votação esse número suba para os 100 milhões.
A cerimónia da Declaração Universal das “Novas Sete Maravilhas do Mundo” realiza-se a 7 de Julho de 2007, no Estádio da Luz, onde irá decorrer, em simultâneo, o anúncio das sete maravilhas portuguesas.
A votação internacional pretende angariar 50 por cento do montante para a reconstrução do Buda Gigante de Bamiyan, no Afeganistão, destruído pelos talibãs, e o restante na preservação do Património Mundial.
As receitas obtidas em Portugal serão aplicadas na restauração de um monumento nacional e, dependendo do valor angariado, a organização contribuirá para a reconstrução do Buda no Afeganistão.
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyDom 10 Dez - 16:30

Mali,Fulani

Mito da Criação

No princípio existia uma enorme gota de leite.
Então chegou Doondari e criou a pedra.
A pedra criou o ferro;
E o ferro criou o fogo;
E o fogo criou a água;
E a água criou o ar.
Então Doondari desceu pela segunda vez.
Juntou os cinco elementos
E moldou-os num homem,
Mas o homem era orgulhoso.
Então Doondari criou a cegueira e a cegueira derrotou o homem.
Mas quando a cegueira se tornou demasiado orgulhosa,
Doondari criou o sono,e o sono derrotou a cegueira;
Mas quando o sono se tornou demasiado orgulhoso,
Doondari criou a preocupação,e a preocupação derrotou o sono;
Mas quando a preocupação se tornou demasiado orgulhosa,
Doondari criou a morte,e a morte derrotou a preocupação.
Quando a morte se tornou demasiado orgulhosa,
Doondari desceu pela terceira vez.
E ele veio como Gueno,o Eterno,
E Gueno derrotou a morte.

in:Rosa do Mundo
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySáb 16 Dez - 15:54

Aqui vai mais um poema que achei muito bonito de Luis Amaro.

Paragem

Tanto que tenho andado
à volta da minha alma!

De mim,atento,
à luta pelo mundo,
e a mim próprio revejo
na ânsia de encontrar
um fio por onde desça
à minha intimidade.
Entre ou outros me esqueço
A indagar:quem sou?

Ó meus cuidados vãos...
Se nunca hei-de saber
qual é o caminho,
inda o melhor é ir,
Na multidão oculto.
Jamais,porém,se extinga
A sede pura e bela
De ser melhor que sou.
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySáb 23 Dez - 14:18

Salvem o Saci-Pererê!

Que será feito dos nossos espíritos da floresta? Nas ainda bem preservadas florestas do Norte da Europa os espíritos habitam e são muito diversificados. Por cá, ou seja, nas florestas da Europa Meridional, já não temos a certeza de ter inquilinos espirituais. Não temos a certeza porque vastas zonas dessas nossas florestas pura e simplesmente desapareceram.

Terão os espíritos desaparecido com elas? Terão ido agarrados aos troncos das árvores cortadas pela voracidade dos lenhadores? Manter-se-ão agarrados a algum móvel de nossa casa, a algum barco, a algum edifício que possa ter sido fabricado com o que antes era a sua casa?

Ainda não há resposta para estas questões. O que sabemos de fontes seguras é que no Norte Europeu as florestas estão pejadas de todo o tipo de seres espíritos. E cada um com a sua função. Por lá, as pessoas, apesar de não os verem, acarinham-nos. Sentem que eles lhes fazem falta para o equilíbrio do seu ecossistema. Precisam deles para o dia-a-dia. São como uma referência que não podem perder.

Por cá, mesmo que ainda houvesse um espírito teimoso já teria sido chamuscado pela estúpida tendência para descurar o que é nosso. Não acredito que sejam teimosos a esse ponto. Julgo mesmo que já terão desistido de nós, já terão emigrado. Já terão levado os seus saberes para outras paragens.

No Norte são espertos. No Norte sabem que são os espíritos que os ajudam a encontrar, na floresta, soluções para as maleitas humanas. Sabem, por exemplo, que através do vidoeiro se pode obter um remédio eficaz contra a dor de barriga, fazendo um chá com a casca de um ramo jovem. Sabem que as lascas de zimbro são um eficiente remédio no tratamento da tuberculose. Sabem ainda que se podem fazer ligaduras adesivas pegando num pouco de resina de espruce e banha de porco e levando-as ao lume para que se fundam uma na outra, excelente para tapar feridas abertas.

E nós? Nós estamos a esbanjar todo este conhecimento. Acredito mesmo que os espíritos da floresta se dediquem à investigação destas coisas, na qual a ciência humana se apoia sem dizer que o faz. É modesta a rapariga!

Os nossos espíritos partiram para outros troncos e, tal como os nossos cérebros, estão a desenvolver as suas actividades para benefício de outros. Ainda por cima são imortais. Têm séculos de conhecimento acumulado. Já cá estavam antes de nós chegarmos, arrogantes, ao seu espaço. Obviamente zangaram-se. Imagino-os seres pacientes, mas a sua paciência terá limites e na melhor das hipóteses poderá durar 500 anos. Ora se um espírito que tenha 800 anos, ou seja, que tenha nascido quando D. Afonso Henriques andou a formar o nosso rectângulo, desde o reinado de D. Manuel I que já estava pelos cabelos connosco. Nessa altura muitos terão partido para outras paragens, teimosamente agarrados à madeira das caravelas.

Muitos dos espíritos das antigas florestas portuguesas podem ter encontrado na Amazónia o local perfeito para a sua subsistência. Essa floresta sim, é riquíssima em espíritos de floresta. Mas mesmo esses estão agora em apuros. O problema é que se a Amazónia se vai ficaremos com centenas de espíritos desalojados. Já estou a imaginar o famoso Saci-Pererê – guardião das florestas brasileiras – a pedir exílio à Finlândia.







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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyQui 28 Dez - 17:36

Cá estou eu com mais um poema de um anónimo:

A Filosofia do Amor

Sobre as montanhas
E sobre as ondas;
Sob as fontes
E sob as campas;
Sob as águas mais profundas
Que a Neptuno obedecem;
Sobre os rochedos mais escarpados,
O amor encontra sempre o caminho.

Podes treinar a águia
A vir pousar no teu punho;
Podes mesmo atrair
A fénix do Oriente;
Podes convencer a leoa
A entregar a sua presa;
Mas nunca conseguirás
Deter um apaixonado;
Ele descobrirá sempre
O seu caminho.
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Nuno
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySex 29 Dez - 14:47

Gostei, Sra Beladona. Quer dizer k o amor é a força mais poderosa, não é?

Até me lembrei de Camões

Os Lusíadas - Camões
Episódio: INÊS DE CASTRO
119
Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
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Beladona

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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySáb 30 Dez - 17:18

Caro Nuno

Nada é maior e mais forte que o amor,ele pode tudo...

E,dás o exemplo de um grande amor,que nem a morte separou,reproduzido pelo nosso grande Camões.

Vou também transcrever mais um belo poema de um amor sentido e sofrido da nossa Florbela Espanca com o título:

AMAR!

Eu quero amar,amar perdidamente!
Amar só por amar:aqui...além...
Mais este e aquele,o outro e a toda a gente...
Amar!Amar!E não amar ninguém!

Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz,foi para cantar!

E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder...pra me encontrar...
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyDom 31 Dez - 5:20

Cara Beladona, a nossa Espanca, e este seu poema, são uma verdadeira ode à Liberdade . São uma verdadeira ode à vida, sem preconceitos nem amarras. Como deve ter sofrido Florbela. Se nos tempos de hoje, mulheres que "seguem a ode de Florbela", são ainda vítimas daquelas que nunca tiveram coragem de ser livres, imaginemos o que não seria naqueles tempos em que a sociedade portuguesa ainda mergulhava numa hipocrisia medieval, feita de aparências. Ai...como é triste ver que pouco se evolui e que nos pequenos meios desta nossa Pátria, o povo continua a mover a sua vontade por regras que alguém estabeleceu, esquecendo as asas que todos nós temos para voar. Quem não tem amarras, canta livre.

Um abraço
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Beladona

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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyDom 31 Dez - 8:17

Tem toda a razão no que diz cara amiga.

Não nos podemos enlear nas teias do preconceito,temos todos de lutar por ser livres e fazendo tudo para se ser feliz,pois, que se saiba,só se vive uma vez e temos de tirar o máximo partido da mesma.

Um abraço da Beladona
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Longair

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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptyDom 31 Dez - 18:25

Ode á cultura,

eu cultivo tu cultivas ele cultiva
nos cultivamos vos cultivais eles cultivam,
batatas.
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Beladona

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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySeg 1 Jan - 11:28

Para o nosso amigo Longair,que escreve como quer e que o entenda quem souber ler nas entrelinhas,vou transcrever um poema de Fernando Pessoa

FALLAR E ESCREVER

Depois de trabalho vario
Ando triste como vê.
Não intendo o diccionario,
Não conheço o abecedario.
Caturra!O que fez você!

Fallar é com um só L
(Agora não foge a burra),
Ora é isto que m'impelle
A beber o amargo fel
Das tolices do Caturra.

Cedilha-se agora o C
Antes de i (!),e (!) (e mais nada).
Ando triste como vê
Caturra!O que fez você!
Alma do diabo-damnada!

Tu mandas p'ra Grecia o K;
-Kágado-vamos a vêr,
-Cágado-escreve-se lá
Na officina de cá
Do Caturra-póde crêr!

O accento digo aqui
Múdas sempre (como o vento)
A palavra acima alli
Está mesmo a calhar p'ra ti
Se lhe mudas o accento!

---

Escreve lá á tua moda,
Na minha eu hei de ficar;
Não m'importo com a roda
Quem está bem deixa-se estar!
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RosaLati
Convidado




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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySeg 1 Jan - 12:36

Beladona escreveu:
Para o nosso amigo Longair,que escreve como quer e que o entenda quem souber ler(...)

Grande verdade minha amiga, "que o entenda quem souber".

Um grande abraço para a minha amiga e para o amigo Longair que é também daqueles seres bem especiais, só "legíveis" para "quem ousa e sabe voar".
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Longair

Longair


Número de Mensagens : 402
Data de inscrição : 29/08/2006

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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySeg 1 Jan - 17:24

ora ora tanto elogio que fico embevecido etc..... e muitos mais pontinhos, obrigado Donabela e LatinRose
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Nuno
Convidado




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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySex 19 Jan - 8:33

Muito giro esse poema, Senhora Beladona. Sabe agora ando a dar os Lusiadas e até tenho feito um figurão, lol, pk já sabia explicar o que as coisas keriam dizer. Também a minha mãe recita-me Lusiadas, desde k eu nasci, lol.

Vou deixar aki, mais um bocadinho de Aleixo. No Ano passado fiz um trabalho sobre o Aleixo, adorei tanto que até decorei quase tudo. Mas, para não dar erros, pois Aleixo não merece, vou transcrever. Aleixo é uma lição de vida, era um filósofo k não sabia ler nem escrever, mas mais inteligente k muitos, k falam bem, mas n~~ao dizem nada de jeito. Ora cá vai.

"Para triunfar depressa

cala contigo o que vejas

finge que não te interessa

aquilo que mais desejas"


"Os que bons conselhos dão

ás vezes fazem-me rir

por ver que eles mesmos, são

incapazes de os seguir."

"Muito contra o meu desejo,
sem lhe querer dizer porquê,
finjo sempre que não vejo
quem finge que me não vê... "
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RosaLati
Convidado




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MensagemAssunto: Re: ESPAÇO CULTURAL   ESPAÇO CULTURAL - Página 4 EmptySex 19 Jan - 9:14

Dedicado ao Nuno

Quando não tenhas à mão

Outro livro mais distinto,

Lê estes versos que são

Filhos das mágoas que sinto

in António Aleixo, Este Livro que vos deixo
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