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 CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS

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RosaLati
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MensagemAssunto: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySex 17 Nov - 10:57

As dez melhores histórias da vida do herdeiro do trono português


Publicada em 17/11/2006, JORNAL DIÁRIO 24 HORAS


D.Duarte foi hipnotizado e fez uma viagem ao passado

D. Duarte sentiu-se a viajar no tempo. Tinha 4 anos e estava sentado no banco de trás do carro de família. Os pais iam à frente e seguiam caminho a velocidade de cruzeiro. Sente o momento como se estivesse a vivê-lo na altura certa e as memórias não lhe chegam distorcidas. Vê tudo, ao pormenor: a estrada a fugir, o acidente.
“Foi a memória mais chocante com que me deparei. Não sabia que os meus pais tinham tido um acidente por essa altura, mas vim a comprovar que era verdade”, conta o duque de Bragança, 61 anos.
Para que as recordações reprimidas viessem à superfície, o pretendendente ao trono de Portugal recorreu a um processo de hipnose que lhe permitiu reviver a infância.
Já lá vão 15 anos desde o dia em que D. Duarte se entregou aos cuidados de um padre franciscano brasileiro, com o objectivo de fazer uma regressão de idade.
O duque de Bragança, que é católico, assume-se dado à espiritualidade e acredita que reviver as experiências do passado é importante para superar traumas de infância. “É uma técnica muito utilizada no Brasil e extremamente útil para ultrapassar alguns traumas.
No meu caso, deparei-me com muitas memórias da minha infância”, recorda o herdeiro da coroa portuguesa. D. Duarte gostou tanto da experiência que até acha que os infantes devem, no futuro, recorrer à mesma técnica. “Quando eles forem adolescentes, não vejo problema nenhum em que o façam”, garantiu ao 24horas.
O processo de regressão de idade de D. Duarte vem descrito na biografia escrita por Mendo Castro Henriques, que será lançada este mês (ver caixa) e traça o perfil do duque de Bragança.
E apesar de a técnica permitir “desenterrar” recordações de encontros com antepassados, no caso do herdeiro da coroa portuguesa isso não aconteceu. “Não encontrei nenhum rei”, garantiu D. Duarte. “Mas já assisti a vários casos de jovens que conseguiram esse reencontro”, explicou o duque de Bragança, que já experimentou a técnica por duas vezes.


Última edição por em Seg 20 Nov - 11:39, editado 1 vez(es)
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySeg 20 Nov - 11:40

Jantar dos Conjurados 2006

Como habitualmente e com a presença de SS.AA.RR., Os Duques de Bragança, a R.A.L. - Real Associação de Lisboa irá organizar o tradicional Jantar dos Conjurados, a realizar-se no dia 30 de Novembro 2006, às 20:30 horas, na QUINTA DE SANTA SOFIA, Rua Maria Brown, Outeiro de Polima, em São Domingos de Rana – Carcavelos.

Antes do jantar, será proferida a Mensagem do 1º de Dezembro, por S.A.R., O Senhor Dom Duarte.

O Secretariado da Organização do Jantar, funcionará na Sede da Real Associação de Lisboa, a partir do dia 2 de Novembro próximo, na Praça Luiz de Camões, 46 – 2º Dto. – 1200-243 Lisboa (ao Chiado), nos dias úteis entre as 15h00 e as 19h00.
Telfs.: 21 342 81 15 / 21 342 97 02
Fax: 21 342 81 16
Tm.: 93 453 55 25.

O preço do Jantar por cada pessoa, será de 39,00€ e de 31,00€ para os jovens até 25 anos de idade.

As reservas e aquisições dos ingressos poderão ser feitas até ao dia 27 de Novembro (inclusivé). Os ingressos, deverão ser levantados na sede da R.A.L., durante o horário de funcionamento do secretariado.

Intervenções: Presidente da Real Associação de Lisboa, Sr.Ricardo Abranches
Presidente da Causa Real, Dr.António de Sousa-Cardoso
Chefe da Casa Real, Sua Alteza Real, O Duque de Bragança

O Jantar será abrilhantado com fados, pelo fadista João Braga, acompanhado à guitarra por José Luís Nobre e Cota, e à viola, por Jaime Santos Junior e Joel Pina.

No final do jantar, música jovem com João Rei Vilar.

Nota: nas bancas do local do Jantar dos Conjurados, estarão à venda os livros "Dom Duarte e a Democracia" .
Para mais informações em relação ao acesso onde se realizará o Jantar, poderão contactar a Quinta de Santa Sofia, Telef.: 21 444 44 37 e/ou Real Associação de Lisboa.
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySeg 20 Nov - 11:40

Comemoração do 1º de Dezembro

A Real Associação de Lisboa, apela a todos os seus Associados e Amigos a comparecerem na Cerimónia do 1º de Dezembro, que terá lugar na Praça dos Restauradores, às 16h00.

Assistirão a esta cerimónia, S.A.R., O Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e a Direcção da Real Associação de Lisboa.

Não faltem! Levem as vossas bandeiras Monárquicas!
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyQua 22 Nov - 8:06

Hoje dia 22 de Novembro, é lançado em Lisboa o livro "Dom Duarte e a Democracia" da autoria do Professor Doutor Mendo Castro Henriques, às 18h30, no Espaço Chiado, na Rua da Misericórdia, em Lisboa.

Manuel Alegre apresenta biografia de D. Duarte
2006/11/20 | 23:13 in Portugal Diário

"Considera-o «um patriota» e diz ser pedagógico um republicano apresentar o livro"

O socialista Manuel Alegre considerou o duque de Bragança, D. Duarte, um patriota com o qual tem causas em comum e defendeu que é pedagógico que seja um republicano a apresentar a biografia do monárquico, noticia a agência Lusa.

Manuel Alegre disse à agência Lusa que vai apresentar uma biografia do presumível herdeiro da antiga família real portuguesa, quarta-feira, a convite do autor, Mendo Castro Henriques, por ter abordado na campanha para as presidenciais temas tratados no livro.

Salientando que é republicano, o deputado socialista sustentou que «há muitos preconceitos» em Portugal em relação à figura de D. Duarte Pio e à antiga família real e recordou que «Mário Soares esteve no casamento dele e dirigiu-lhe palavras muito simpáticas».

«Sou republicano, mas há temas comuns. Ele dedicou-se a muitas causas, como Timor. Merece consideração e respeito pela sua intervenção cívica. Aborda temas que me são caros. E é pedagógico que seja um republicano a apresentar sua biografia», afirmou.

Alegre referiu-se a D. Duarte como um «cidadão com um comportamento sóbrio, amável, afável e com espírito de missão, de serviço», concluindo que «é um patriota» e salientando que, no livro, «não se apresenta como pretendente mas como pretendido pelo povo».

Entre as «tomadas de posição» em comum, o ex-candidato presidencial apontou «preocupações com o ordenamento do território, ambiente, energias alternativas, com a justiça social, com a soberania nacional, com a língua portuguesa, a lusofonia».

«É um livro muito surpreendente. Li-o com prazer e eu próprio fiquei muito surpreendido», resumiu."
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySex 24 Nov - 5:09

Deixo aqui, algumas notícias, sobre o lançamento do livro "Dom Duarte e a Democracia" da autoria do Professor Doutor Mendo Castro Henriques.

IN-JORNALSOL DE 24/11/06http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=10566

Apresentação de biografia política
Manuel Alegre e Dom Duarte juntos «sem complexos»
Por Pedro Guerreiro
«Valores nacionais comuns» levaram o ex-candidato à Presidência da República a apresentar a biografia política do pretendente ao trono de Portugal. Contra os «tabus em democracia», o republicano Alegre não é contrário a um referendo sobre a monarquia

Um republicano entre monárquicos. Manuel Alegre apresentou esta quarta-feira em Lisboa a obra Dom Duarte e a Democracia – uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques.

«Com gosto» e «sem complexos», o candidato às últimas presidenciais esteve no Chiado alegando «valores nacionais em comum» com Dom Duarte. Os valores, segundo Alegre, daqueles «que não precisam de sondagens para saber se querem continuar a ser portugueses».

Na cerimónia, onde estiveram presentes Dom Duarte e Isabel de Herédia, o socialista disse que se vive «um momento em que são precisos patriotas que saibam renovar e afirmar os valores permanentes de Portugal».

Em sintonia, Dom Duarte disse que «os valores patrióticos não são um monopólio da Monarquia ou da República, da Esquerda ou da Direita». O pretendente ao trono português declarou que se deve questionar «que futuro se quer para o país, se queremos ser uma região dentro de uma federação qualquer, ibérica ou europeia» e frisou o valor da independência nacional.

«Basta perguntar aos bascos e aos catalães se não querem ser independentes. Nós que temos a independência, temos o dever de defendê-la», declarou.

Ao apresentar a obra, Manuel Alegre declarou-se «surpreendido» por alguns aspectos da vida de Dom Duarte Pio, como o facto de o pretendente ao trono ter estado em Saigão nas vésperas do 25 de Abril, de onde enviou um documento em que manifestou o seu apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional.

Alegre mostrou-se de acordo com Dom Duarte e Mendo Castro Henriques ao partilhar as «inquietações» acerca do peso dos poderes económicos no processo da globalização que, segundo o socialista, geram um «grave risco de ruptura do contrato social».

Contudo, quanto a outra «inquietação» de Dom Duarte, a União Europeia, Manuel Alegre diz que Portugal «não tem outro caminho senão manter-se no centro das decisões».

O socialista aproveitou a ocasião para recuperar uma frase proferida durante o último congresso do seu partido. Alegre criticou novamente o Tratado de Maastricht, ao dizer que o documento «nos obriga, para reduzir o défice orçamental, a tomar medidas que não permitem resolver outro défice, o social».

Já o autor da biografia editada pela Bertrand, Castro Henriques, disse que os portugueses têm que estar «preparados para as surpresas da História».

«Os mesmos que nos vendiam o Fim da História impõem-nos agora o Choque de Civilizações», ironizou Castro Henriques.

No final da apresentação, Dom Duarte fugiu aos autógrafos e às dedicatórias, para celebrar em privado o 40º aniversário de Isabel de Herédia.

pedro.guerreiro@sol.pt

in DIÁRIO DE nOTÍCIAS DE 23/11/2006
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O neto do chefe da Carbonária agora em sintonia com o herdeiro do trono, por Pedro Correia

http://dn.sapo.pt/2006/11/23/nacional/o_neto_chefe_carbonaria_agora_sinton.html

Manuel Alegre, um dos chefes da Carbonária, certamente nunca imaginou que o seu neto homónimo haveria de fazer rasgados elogios ao herdeiro do trono português quase um século após a proclamação da República. Aconteceu ao princípio da noite de ontem, na sessão de lançamento do livro D. Duarte e a Democracia - Uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques, que atraiu a um centro comercial lisboeta, ao Chiado, cerca de 300 pessoas apostadas na restauração do trono. Manuel Alegre, republicano assumido, destoava da pequena multidão de monárquicos que bebericava espumante Luís Pato e provava canapés enquanto apostava nos méritos do livro, ali à venda por 29,95 euros.

Era uma sessão de lançamento, mas sem direito a dedicatórias. D. Duarte explicou porquê no anfiteatro do centro comercial, pequeno para acolher tantos interessados. "Hoje é o dia do aniversário da minha mulher. Não posso sacrificar o convívio familiar. Já assinei e datei muitos exemplares. Quem quiser uma dedicatória faça-me chegar o livro mais tarde, por intermédio da Real Associação de Lisboa", pediu o duque de Bragança. D. Isabel de Herédia, sentada na primeira fila, sorriu. A assistência, compreensiva, fez o mesmo. Lá estava, também na primeira fila, o histórico dirigente monárquico Gonçalo Ribeiro Telles. Viam-se várias outras caras conhecidas - do presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara, ao ex-capitão de Abril Sanches Osório, do padre João Seabra ao ex-ministro social-democrata Carlos Macedo.

Mendo Castro Henriques, professor da Universidade Católica, considera que o seu biografado representa "a pátria com rosto humano". Elogios a D. Duarte sucedem-se nesta obra de 470 páginas, composta não só pela componente biográfica mas também por um conjunto de depoimentos de personalidades como Mário Soares, Ribeiro Telles, o Dalai Lama e o ex-secretário-geral da ONU Butros-Ghali.

D. Duarte, em breves palavras, evitou o proselitismo. Mas Castro Henriques aludiu à necessidade de "estarmos preparados" para a eventual restauração da monarquia. "Também quase ninguém previu a queda do muro de Berlim em 1989."

O intercâmbio de elogios entre o homem que há dez meses quis sentar-se no Palácio de Belém e o herdeiro do trono português dominou a sessão. "Manuel Alegre é uma pessoa que muito admiro pela defesa intransigente dos valores da portugalidade", afirmou D. Duarte aos jornalistas antes de entrar no an- fiteatro. Já na sala, Alegre considerou que "a Pátria está acima da República ou da Monarquia". Lembrou o avô materno, o carbonário, e o paterno, que "costumava atirar aos pombos com D. Carlos". Elogiou as "causas" do duque, defensor dos "grandes temas da cidadania moderna e de um renovado conceito de patriotismo". E declarou: "Eu, que sou republicano, partilho muitos dos valores defendidos por D. Duarte." Porque é necessário "erguer Portugal acima dos interesses financeiros obscuros, contra o conformismo e o poder do dinheiro."

"Muito bem", bradaram de imediato várias vozes. O republicano acabou por receber da plateia monárquica a maior ovação da noite.
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Valdez




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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySex 24 Nov - 13:50

Realmente é estranha esta ligação entre o descendente do chefe da carbonária e o descendente do ramo proscrito dos Bragança...o que é que isto quererá dizer?

D. Carlos foi assassinado pela carbonária, estando envolvido o Visconde da Ribeira Brava nos planos e na compra das armas.

D. Manuel morre com grandes evidencias de ter sido envenenado.

D. João VI está confirmado o seu envenenemento com uma dose de arsénico 4X superior à letal.

Estranhas coincidencias......

PS: Agora reparo que só estiveram 300 pessoas no lançamento do livro isto realmente é muito pouco dadas as circunstancias da tomada de posição cada vez mais crescente dos verdadeiros pretendentes ao trono SAR. D. Rosário XXII duque de Bragança e D. Pedro, duque de Loulé.

Num evento desta importancia onde Duarte e o sequito lutam pela sobrevivencia social, seria de esperar muito mais gente.

O livro mais uma vez e na medida em que aprofundo a leitura é um rasto de banalidades, sem qualquer conteudo de fundo. É tão sem saboroso que até enjoa.
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySáb 25 Nov - 11:05

Ora em primeiro lugar, aproveito para dar as boas vindas, ao Sr. Valdez , em nome da Administração.

Relativamente ao teor da sua exposição sobre o lançamento do livro, sobre D.Duarte de Bragança, poderei referir que muitas poderão ser as interpretações dadas à presença de Manuel Alegre, a minha, é apenas algo que já há muito venho sentido, é que são cada vez mais, os Republicanos a seguir D.Duarte. A presença de Manuel Alegre e as suas belas relações com o herdeiro do trono português, revelam, na minha opinião, dois homens que têm em comum, a luta pela democracia.
No que concerne ao número de convidados, só posso dizer que talvez mais não coubessem, dado a sala onde se realizou a cerimónia, não ter a amplitude necessária, para todos aqueles que nela desejariam estar. Na sala, poderiam ter estado 300, cá fora, pela Rua de Misericórdia, seriam muitos mais.

Relativamente às considerações feitas sobre a obra em causa, folgo saber que já a leu.

Bem Haja


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David Garcia

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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySáb 25 Nov - 11:14

RosaLatina escreveu:
Ora em primeiro lugar, aproveito para dar, ao caro Sr. Valdez as, Boas Vindas, em nome da Administração.

Relativamente ao teor da sua exposição sobre o lançamento do livro, sobre D.Duarte de Bragança, poderei referir que muitas poderão ser as interpretações dadas à presença de Manuel Alegre, a minha, é apenas algo que já há muito venho sentido, é que são cada vez mais, os Republicanos a seguir D.Duarte. A presença de Manuel Alegre e as suas belas relações com o herdeiro do trono português, revelam, na minha opinião, dois homens que têm em comum, a luta pela democracia.
No que concerne ao número de convidados, só posso dizer que talvez mais não coubessem, dado a sala onde se realizou a cerimónia, não ter a amplitude necessária, para todos aqueles que nela desejariam estar. Na sala, poderiam ter estado 300, cá fora, pela Rua de Mesericórdia, seriam muitos mais.

Relativamente às considerações feitas sobre a obra em causa, folgo saber que já a leu.

Bem Haja

Eu estive presente no lançamento do livro. Só a sala onde decorreu a cerimónia do lançamento do livro estava completamente cheia...
Ainda havia pessoas à entrada da sala que aguardaram para cumprimentar, seja o autor, seja Sua Alteza Real.

E 300 pessoas é um excelente numero. Tomara muita gente reunir 300 pessoas num lançamento de um livro. Afinal de contas, um lançamento de um livro não é, de certo, um comício político ou um jogo de futebol para haver milhares de pessoas...
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySáb 25 Nov - 13:56

Apresentação do livro por Manuel Alegre
D. Duarte e a Democracia – Uma Biografia Portuguesa
de Mendo Castro Henriques
22.11.2006

Perguntaram um dia a D. Duarte se tinha sido educado para ser rei. Ele respondeu: “Fui educado para ser português.” Essa é uma das razões por que estou aqui hoje. Porque ser português é o sentido essencial da personalidade de D. Duarte e do nobre despojamento com que tem procurado cumprir o que entende ser a sua missão.
António Sérgio nunca deixou de criticar a mentalidade dogmática e aquilo a que chamava “o espírito de seita, de bairro e de capelinha.” Considerava o sectarismo uma doença nacional. Infelizmente são vícios que ainda permanecem. Por isso alguns terão ficado surpreendidos com o facto de um republicano e homem de esquerda como eu vir apresentar esta biografia de D. Duarte. Devo dizer que o faço com gosto. Em primeiro lugar pela consideração e respeito que me merece D. Duarte, não só como chefe da instituição real, mas, para utilizar uma feliz expressão de Mendo Castro Henriques, como “intérprete activo de Portugal.” E ainda porque se trata de uma boa ocasião para ultrapassar preconceitos e reflectir sobre alguns temas nacionais.
A Pátria está acima da República e da Monarquia. E este é um momento em que são precisos patriotas que saibam renovar e afirmar os valores permanentes de Portugal e dar ao conceito de Pátria um sentido de modernidade e de futuro. Ou como queria Fernando Pessoa, “cumprir Portugal”, sabendo que o que Portugal tem de mais moderno e permanente é ser “o futuro do passado”. É também uma hora em que é necessário alargar e reinventar o espaço da cidadania. A tecnocracia tem vindo a sobrepor-se à política, o pragmatismo e a lógica dos interesses ao civismo e às convicções. A nossa Constituição consagra, a par dos direitos políticos, os direitos sociais. Mas se estes ficam por cumprir aqueles outros perdem substância e sentido. Numa democracia moderna, os direitos políticos são inseparáveis dos direitos sociais, culturais e ambientais.
A burocratização da democracia faz com que se responda uniformemente a problemas diferenciados. Mas não há soluções únicas para sistemas que têm uma grande diversidade de saberes e conhecimento. Daí a necessidade de, no quadro da democracia representativa, alargar o espaço da cidadania e da democracia participativa. Que tem isto a ver com este livro? Como adiante se verá, tem até bastante.
Permitam-me uma breve nota pessoal. Meu avô paterno, Mário Duarte, costumava caçar ou atirar aos pombos com o Rei D. Carlos, a quem, nem por ser monárquico, algumas vezes deixou de vencer, o que não era fácil; meu avô materno, Manuel Alegre, foi um dos chefes da Carbonária e um dos fundadores da República. Meu pai era monárquico, minha mãe republicana. Meu pai dizia-se monárquico sem rei e minha mãe republicana sem república. Um e outro transmitiram-me valores por que tenho pautado a minha vida. Talvez por ter nascido numa família assim, eu compreenda muito bem que nem sempre, como neste livro se afirma e como durante decénios aconteceu, se pode associar democracia com república nem monarquia com ditadura. Há repúblicas que não são democráticas – e tivemos um triste e sombrio exemplo com os 48 anos da ditadura do Estado Novo; e há monarquias que são democracias exemplares, como acontece com alguns dos mais avançados e civilizados países europeus.

Mas não é a questão do regime o que neste livro mais me interessa. Claro que o livro não é isento e o autor, como é natural, toma partido pela monarquia, o que não é o meu caso, nem mesmo depois de o ter lido. Mas há aspectos interessantes que cumpre destacar.
A forma como o Estado Novo apagou a memória da monarquia constitucional, deformando a sua história, como, aliás, haveria de fazer com a I República, no intuito de justificar a ditadura, atribuindo ao parlamentarismo e às liberdades públicas a origem dos males do país. O talento com que o autor nos revela a história quase desconhecida das divergências e convergências entre tradicionalistas e liberais, a clivagem entre a facção constitucional e a facção miguelista que, segundo o autor, determinou muitos dos desentendimentos no período posterior à proclamação da República. E a relação ambígua que Salazar manteve com os monárquicos, o que levou Amaro Monteiro a escrever: “Não havia um lugar-tenente do Rei junto dos monárquicos e do poder constituído. Havia, sim, um lugar-tenente de Salazar junto do Rei e dos monárquicos.” Muitos destes deixaram-se atrair pelo autoritarismo e, como realça Castro Henriques, desse modo confundiram a ideia monárquica com o próprio Estado Novo. Outros houve, como o próprio Paiva Couceiro, Almeida Braga, Alberto Monsaraz, Rolão Preto, Vieira de Almeida e Pequito Rebelo, que viriam a distanciar-se do salazarismo e, mais tarde, com Gonçalo Ribeiro Teles, Francisco Sousa Tavares, Barrilaro Ruas e outros mais jovens, como Joaquim Ferreira do Amaral e Luís Filipe Coimbra, a participar activamente na oposição democrática, quer na campanha presidencial de Humberto Delgado, quer nas eleições de 1969, já com Marcelo Caetano no poder. Deve-se a Barrilaro Ruas o facto de o último Congresso de Aveiro ter mudado a designação de Republicano para Democrático como condição para nele participarem os monárquicos. Sublinhe-se ainda a demarcação que D. Duarte fez relativamente à tendência autoritária: “Penso que o conceito de monarquia tem de se separar hoje radicalmente do integralismo com tudo o que respeita ao Estado autoritário. A monarquia ou é democrática ou não é.”
D. Duarte lembra que nos anos sessenta assistiu a algumas reuniões de seu pai, o qual sabia que a Pide vigiava S. Marcos, em casa de sua tia Filipa, com opositores do regime, como António Sérgio e Raul Rego. Diga-se de passagem que não conheci ninguém mais republicano que Raul Rego.
Há também o episódio trágico-cómico da chamada revolta da Sé em 1959, na qual participaram monárquicos e católicos progressistas, como por exemplo Manuel Serra. D. Duarte Nuno deu a Rolão Preto, Sousa Tavares e Amaro Monteiro instruções para redigirem uma Proclamação, mas teve a ingenuidade de confiar na lealdade do seu lugar-tenente, General Bénard Guedes, que foi informar Salazar. E assim se gorou mais uma tentativa de derrubar o regime.
Castro Henriques traça o percurso de D. Duarte, desde a infância até à sua passagem pelo Colégio das Caldinhas e, mais tarde, o Colégio Militar. Da sua educação dirá D. Duarte: “ Os principais factores foram o profundo portuguesismo e o bom senso de meus pais.” E algo que por experiência própria também sei: “Note que os portugueses da emigração são geralmente os mais patriotas.” Visita África, uma das suas paixões. E com 22 anos, inicia o serviço nas Forças Armadas, sendo mobilizado para Angola, onde chega em 1968, seis anos depois de mim. A sua visão dos problemas ultramarinos nem sempre coincide com a posição oficial do regime. Compreende que o centralismo da metrópole está na origem dos movimentos de independência. Propõe uma maior participação dos africanos na vida pública e uma evolução para uma federação lusófona. É mais ou menos a tese que mais tarde será defendida por Spínola em “Portugal e o futuro.” As suas posições, ainda que longe de serem radicais, tornam-se incómodas e D. Duarte, por razões não de todo esclarecidas, é obrigado a regressar a Lisboa por ordem expressa de Marcelo Caetano.


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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySáb 25 Nov - 13:57

continuação

Não vou substituir-me ao autor e contar a história toda. Trata-se de uma biografia feita com rigor e bom gosto, que nos revela um D. Duarte talvez por vezes inesperado e desconhecido, com um inegável sentido de missão e um espírito de dedicação ao seu país, gostando de viajar e conhecer as diversas partes do mundo por onde os portugueses passaram.
Sobre o problema da restauração ou não da monarquia durante o Estado Novo, o autor faz uma síntese curiosa sobre as ilusões de muitos monárquicos e até de alguns republicanos: “Os republicanos ficavam com uma república … mas sem a democracia; os integralistas ficavam com um Estado autoritário … mas sem a monarquia.”
Eu não sabia, mas fiquei agora a saber, que, encontrando-se de passagem em Saigão, nas vésperas do 25 de Abril, ao tomar conhecimento da revolução, D. Duarte escreveu um documento em que manifestou o seu inteiro apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional, assim como a sua adesão ao programa para a instauração da democracia. Segundo Mendo Castro Henriques, este documento marca o programa da geração que trouxe a monarquia para a democracia.
Voltemos, no entanto, aos grandes temas da cidadania, que são os mais actuais e porventura os mais surpreendentes deste livro. Ora vejamos: “A degradação da soberania do Estado «na ordem internacional» resulta da falta de controle sobre os mercados financeiros. À sombra das ideias de «paz pelo comércio» surgem os predadores que não pertencem a qualquer escola de pensamento, não têm uma aventura colectiva, nem possuem um horizonte histórico, não são de direita nem de esquerda, nem do norte nem do sul. A sua única motivação é o dinheiro.”
Esta prosa não é minha, nem de nenhuma conhecida figura da extrema-esquerda. É de Mendo Castro Henriques, que acrescenta: “D. Duarte não é um plutocrata.” E mais adiante: “Os representantes dos Estados exercem cada vez menos poder. Entre os governos do G-8 e o resto há um abismo. Os primeiros impõem decisões. Os outros acatam-nas. E dentro do G-8 há um abismo entre o EUA e os «sete anões», porque os EUA dispõem de indiscutível supremacia militar.”
Esta prosa continua a ser a de Castro Henriques e por aqui se vê como, nesta hora de globalização desregulada, as pessoas podem convergir nas mesmas preocupações, independentemente da forma de regime que defendem. E o que diz D. Duarte? Ouçamos: “Numa sociedade onde se enfrentam os interesses de grupos sociais distintos, creio que o Estado democrático deve tentar tornar a convivência mais justa, mais solidária e mais livre, através da fiscalidade, da segurança social, dos serviços públicos. E as pessoas têm lealdade para com o seu Estado na medida em que dele extraem os benefícios que lhes foram prometidos pelo contrato social.”

Outros temas, caros a D. Duarte, são os que também me preocupam e devem preocupar qualquer cidadão interessado em renovar a democracia e contribuir para uma sociedade mais justa e solidária. As liberdades nacionais, o ordenamento do território, o ambiente, o património e o ensino da História, as energias alternativas, a justiça social, a desertificação, a promoção da língua portuguesa e o interesse pela lusofonia, o apoio às comunidades portuguesas, a imigração, a necessidade de programas para grupos culturais específicos como os ciganos, a urgência de ajudar os mais pobres e melhorar as suas condições de vida – eis temas recorrentes nas mensagens, na acção e nas intervenções de D. Duarte.
O ordenamento é um instrumento da identidade cultural dos povos e da independência política dos Estados. Por isso concordo com D. Duarte quando critica “o desequilíbrio ecológico, a degradação social, a decadência estética, a saturação demográfica das metrópoles e dormitórios, o despovoamento dos campos e das serras.” E também quando afirma: “A destruição da memória e das culturas e a desertificação não podem ser travadas por visões sectoriais e economicistas do desenvolvimento regional, porque desconhecem a essência dos diferentes elementos vivos constituintes do território, a complexidade do seu relacionamento, a evolução das suas formas e o funcionamento dos sistemas ecológicos em que se integram.” Concordo ainda quando diz que é “indispensável encontrar novos modelos de desenvolvimento que diminuam as assimetrias, porque não é sustentável tantos milhões de pessoas viverem em escandalosas pobreza ou sob desesperante opressão.”
Estes temas e estas reflexões fazem parte da cidadania moderna, dum renovado conceito de patriotismo e de uma comum preocupação cívica de todos os que não se resignam à injustiça, à desertificação, à destruição do território, à decadência das cidades e à dissolução nacional. Há neste livro uma frase muito bonita e que tenho pena de não ter escrito: “Numa antiga Nação como Portugal, mesmo o mais pobre de entre nós nasce rico – de uma língua, de uma História, de uma cultura.”

Não escrevi a frase, que é de D. Duarte, mas durante a campanha para as eleições presidenciais não me cansei de repetir que, entre os países do mesmo peso demográfico, Portugal é o único que pode ser no mundo um actor global. Precisamente pela História, pela cultura e pelo nosso bem mais precioso – a grande língua portuguesa. E por isso também salientei que devemos estar na Europa com um olhar português, que é um olhar de abertura ao mundo e de valorização da comunidade dos povos de língua portuguesa, a qual, em meu entender, deverá vir a ter também uma componente militar para que possa adquirir no mundo um outro peso e um outro significado.
Sei que D. Duarte se inquieta com alguns riscos decorrentes da nossa integração na União Europeia. Gostaria de deixar claro que, em meu entender, não temos outro caminho senão o de nos mantermos no centro das decisões. E aí, sem arrogância nem subserviência, lutarmos contra o défice democrático e social, por uma maior responsabilização dos parlamentos nacionais e por uma maior coordenação das políticas económicas, tendo em vista a coesão e solidariedade, objectivos essenciais do projecto europeu. Devíamos também pugnar por uma revisão dos critérios de Maastricht, que nos retiram a possibilidade de, através do investimento público, o Estado intervir para diminuir assimetrias e desigualdades e nos obrigam, para reduzir o défice orçamental, a tomar medidas que não permitem resolver o outro défice, o défice social.

Finalmente, a questão da globalização. Com as navegações, Portugal aproximou povos e continentes e esteve na origem da primeira mundialização. Através do “ver claramente visto” e de uma nova consciência experimental, os navegadores portugueses fizeram então uma revolução cultural e científica que abriu as portas ao renascimento europeu. De certo modo, quando as naus portuguesas sulcavam os mares desconhecidos, nós fomos Europa antes de a Europa o ser. “Não há que discutir as navegações, dizia António Sérgio, elas foram inevitáveis”. Tal como é hoje a globalização. O problema é que esta foi apropriada, em benefício próprio, pelos sectores financeiros mais poderosos. E estes, sim, é que fazem que um fenómeno que devia ser uma fonte de enriquecimento e conhecimento, esteja desregulado e a provocar novas exclusões, desigualdades e desequilíbrios.
O nosso caminho deve ser o de nos defendermos dos riscos de dissolução nacional perante os interesses financeiros e, por outro lado, o de tornarmos Portugal um país mais competitivo, o que passa pela qualificação das pessoas, pela educação, pela cidadania e, como queria António Sérgio, pela reforma das mentalidades. E passa também pela afirmação dos nossos valores. Como se diz neste livro – “Se nós desprezamos o nosso passado e a nossa identidade cultural, estamos a desprezar-nos a nós próprios.” Afirmar os nosso valores é afirmar a abertura aos outros, a tradição universalista, o anti-racismo, a língua e aquela “lusitana antiga liberdade” de que falava Camões.
Os que fizeram Portugal através dos séculos não andaram a realizar inquéritos para saber quem queria ou não queria ser português. É esse o espírito de que de novo precisamos para erguer Portugal acima dos interesses financeiros e obscuros, contra a abdicação e o novo-riquismo, contra o conformismo, contra a corrupção, contra o egoísmo e o poder do dinheiro. Para fazer de Portugal, como se diz no Preâmbulo da Constituição, “um país mais livre, mais justo e mais fraterno”, é preciso preservar o nosso património comum, renovar a cidadania e afirmar sem complexos o orgulho de ser português.
É por isso que eu, que sou republicano, partilho muitas das preocupações expressas por um autor monárquico e também de valores defendidos por D. Duarte. É que essas preocupações e esses valores estão para alem do ser monárquico ou republicano. São de todos os portugueses que não precisam de encomendar sondagens para saber que querem continuar a ser portugueses e a fazer de Portugal hoje, tal como no passado, uma Nação de vanguarda, uma Nação Piloto. Porque, como escreveu Fernando Pessoa – “A Europa jaz, posta nos cotovelos. (…) Mas o rosto com que fita é Portugal.”
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySeg 27 Nov - 11:30

Gostei imenso do lançamento do livro. Nomeadamente das palavras proferidas pelo Dr. Manuel Alegre, que mesmo sendo republicano, teve uma atitude digna de registo. Respeito para com o Chefe da Casa Real Portuguesa, o Senhor Dom Duarte. Atitude patriótica ao enunciar o quanto as preocupações do Duque de Bragança expressas no livro, são dignas de ter em conta, nomeadamente questões relacionadas com o ambiente, a educação e também e sobretudo a Democracia Participativa, não pondo de parte a hipótese de se proceder à mudança da Constituição no artigo 288-b) que ainda consagra como unica a forma republica de governo, e que , de facto não faz sentido absolutamente nenhum. É uma matéria muito séria, visto que está-se a pôr a hipótese de se referendar o tipo de Chefia do Estado que se queira dar à Res publica - o Rei ou o Presidente. Isto é muito importante. Isto requer da parte dos Monárquicos um trabalho profundo. É importantíssimo que os Monárquicos se associem às Reais Associações e que participem com entusiasmo com ideias e arregaçando as mangas para conseguirmos a vitória no Referendo.

Acredito profundamente que o dia está próximo. Mas para isso, é preciso sermos coerentes e honestos connosco próprios e passar à frente no que toca à Dinastia. Temos um Herdeiro da Coroa que é o Senhor Dom Duarte, reconhecido como tal em todo o Mundo. Não percamos tempo com assuntos de pouca relevância.

Abraço Monárquico
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySeg 27 Nov - 12:26

Completamente de acordo, caro David. Não se perca mais tempo em "danças"efémeras, avancemos na preparação de uma futura sociedade monárquica.

Bem Haja
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David Garcia

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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySeg 27 Nov - 12:42

RosaLatina escreveu:
Completamente de acordo, caro David. Não se perca mais tempo em "danças"efémeras, avancemos na preparação de uma futura sociedade monárquica.

Bem Haja

Ainda ontém comentei com um amigo meu também monárquico: tomara os Portugueses comprarem o livro "Dom Duarte e a Democracia". Muitos Portugueses conhecem ainda muito pouco o Senhor Dom Duarte. Quer dizer, sabem certamente dizer quem é. Muitos dizem "é o Rei" - e estou a falar do povo - outros dizem que é o Herdeiro do Trono de Portugal ou até lhe chamam de "Pretendente ao Trono", coisa que ailás o Senhor Dom Duarte recusa-se a ser, isto é, ele é o Herdeiro dos Reis de Portugal quem tem que pretender é a Nação. A Nação é que tem que pretender em Aclamá-lo Rei de Portugal. Só isto demonstra bem o espírito Democrático do Senhor Dom Duarte. Mas o que eu quero dizer é tomara todos os Portugueses lerem o livro "Dom Duarte e a Democracia" e darem do verdadeiro reconohecimento do Trabalho que o Herdeiro dos Reis de Portugal tem realizado ao longo destes 30 e tal anos, ainda desde o tempo que era Príncipe da Beira até assumir a Chefia da Casa Real Portuguesa, por morte do Senhor seu pai na véspera de Natal de 1976.

Sempre foi assim na História da Monarquia Portuguesa. A Nação é que aclamava os seus Reis.
Aliás havia um pacto que dizia mais ou menos isto: Deus dá o Poder à Pátria para esta Eleger o Seu Rei. Daí ter nascido também a trilogia que para sempre tem marcado a Monarquia Portuguesa: Deus, Pátria e Rei - esta trilogia tem a ver obviamente com o pacto acima mencionado.

Estou certo que no Futuro, A Monarquia preservará a Liberdade Religiosa, como aliás se lhe impõe, dada a época em que vivemos. O que não impede de o Rei e a Família Real ter a sua Religião, que neste caso é a Religião Católica Apostólica e Romana.

Mas como já dos tempos da Fundação se disse: "Nós somos livres, o nosso Rei é livre, e foram as nossas mãos que nos libertaram", isto é, o povo é livre de ter a sua religião, o Rei também.

Podemos até dizer que Portugal nasceu da Liberdade conseguida, e curiosamente a Restauração também se deu, visto a Nação aspirar a essa Liberdade. Os Portugueses queriam voltar a ter o seu próprio rumo, e recuperar a sua Identidade e a ligação com as suas tradições.

Agora que estamos a 4 dias de celebrar a Restauração da Independência, é bom reflectirmos sobre o significado que deve ter para todos os Portugueses a História da Monarquia Portuguesa. A nossa Monarquia foi sempre diferente das outras Monarquias Europeias. Mesmo nos tempos da Inquisição ou do Absolutismo ou até da própria Monarquia Constitucional.

Da liberdade nasceu um povo e uma nação que aclamou e voltará a aclamar o seu Rei.

Nota: quando eu digo em cima que a Nação deve eleger o seu Rei, obviamente que não assemelho essa eleição à da Republica. O que eu quero dizer é que mediante o Direito Consuetudinário e as Regras da Sucessão Dinástica, o Herdeiro Presuntivo é reconhecido pelos Representantes da Nação Portuguesa como Rei de Portugal e obviamente que esperemos que seja Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e Chefe Legitimo da Casa Real Portuguesa. Wink
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyTer 28 Nov - 8:26

Eu sei q é um pequeno problema,só um aparte...quem é o Valdez?
E o Poi...Podi...Pomid...dannii?
Não entendo...
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyTer 28 Nov - 10:42

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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyTer 28 Nov - 10:48

Apresentação do livro

D. Duarte e a democracia – uma biografia portuguesa

de Mendo Castro Henriques



por Manuel Alegre editado em http://www.lusitana.org/ com anotações e referências de José Manuel Quintas)

22.11.2006

A palavras de apresentação do livro D. Duarte e a democracia – uma biografia portuguesa de Mendo Castro Henriques, por Manuel Alegre, surgem aqui editadas com algumas anotações, referências e ligações. A importância das palavras proferidas por Manuel Alegre, justifica que sejam tomadas como ponto de partida para um reflexão aprofundada sobre alguns temas:

(1) - a herança dos «Vencidos da Vida» e o Integralismo Lusitano;

(2) - as razões e o conteúdo das críticas ao parlamentarismo durante a Monarquia constitucional;



(3) - a proximidade de pontos de vista entre a Seara Nova e o Integralismo Lusitano, que esteve na origem da publicação da revista Homens Livres, em 1923;

(4) - a recusa do Estado Novo por parte do Integralismo Lusitano, em contraste com a adesão do grupo da Acção Realista, dirigido por Alfredo Pimenta;

(5) - a Monarquia e a Democracia, hoje, à luz do neo-integralismo.



As anotações e as referências são apresentadas no corpo do texto, em negrito e entre parentesis rectos - [...].

J.M.Q.





Perguntaram um dia a D. Duarte se tinha sido educado para ser rei. Ele respondeu: “Fui educado para ser português.” Essa é uma das razões por que estou aqui hoje. Porque ser português é o sentido essencial da personalidade de D. Duarte e do nobre despojamento com que tem procurado cumprir o que entende ser a sua missão.



António Sérgio nunca deixou de criticar a mentalidade dogmática e aquilo a que chamava “o espírito de seita, de bairro e de capelinha.” Considerava o sectarismo uma doença nacional. [3 - cf. proximidade de pontos de vista entre a Seara Nova e o Integralismo Lusitano, que esteve na origem da publicação da revista Homens Livres, em 1923] Infelizmente são vícios que ainda permanecem. Por isso alguns terão ficado surpreendidos com o facto de um republicano e homem de esquerda como eu vir apresentar esta biografia de D. Duarte. Devo dizer que o faço com gosto. Em primeiro lugar pela consideração e respeito que me merece D. Duarte, não só como chefe da instituição real, mas, para utilizar uma feliz expressão de Mendo Castro Henriques, como “intérprete activo de Portugal.” E ainda porque se trata de uma boa ocasião para ultrapassar preconceitos e reflectir sobre alguns temas nacionais.



A Pátria está acima da República e da Monarquia. E este é um momento em que são precisos patriotas que saibam renovar e afirmar os valores permanentes de Portugal e dar ao conceito de Pátria um sentido de modernidade e de futuro. Ou como queria Fernando Pessoa, “cumprir Portugal”, sabendo que o que Portugal tem de mais moderno e permanente é ser “o futuro do passado”. É também uma hora em que é necessário alargar e reinventar o espaço da cidadania. A tecnocracia tem vindo a sobrepor-se à política, o pragmatismo e a lógica dos interesses ao civismo e às convicções. A nossa Constituição consagra, a par dos direitos políticos, os direitos sociais. Mas se estes ficam por cumprir aqueles outros perdem substância e sentido. Numa democracia moderna, os direitos políticos são inseparáveis dos direitos sociais, culturais e ambientais.



A burocratização da democracia faz com que se responda uniformemente a problemas diferenciados. Mas não há soluções únicas para sistemas que têm uma grande diversidade de saberes e conhecimento. Daí a necessidade de, no quadro da democracia representativa, alargar o espaço da cidadania e da democracia participativa. Que tem isto a ver com este livro? Como adiante se verá, tem até bastante.



Permitam-me uma breve nota pessoal. Meu avô paterno, Mário Duarte, costumava caçar ou atirar aos pombos com o Rei D. Carlos, a quem, nem por ser monárquico, algumas vezes deixou de vencer, o que não era fácil; meu avô materno, Manuel Alegre, foi um dos chefes da Carbonária e um dos fundadores da República. Meu pai era monárquico, minha mãe republicana. Meu pai dizia-se monárquico sem rei e minha mãe republicana sem república. Um e outro transmitiram-me valores por que tenho pautado a minha vida. Talvez por ter nascido numa família assim, eu compreenda muito bem que nem sempre, como neste livro se afirma e como durante decénios aconteceu, se pode associar democracia com república nem monarquia com ditadura. Há repúblicas que não são democráticas – e tivemos um triste e sombrio exemplo com os 48 anos da ditadura do Estado Novo; e há monarquias que são democracias exemplares, como acontece com alguns dos mais avançados e civilizados países europeus.



Mas não é a questão do regime o que neste livro mais me interessa. Claro que o livro não é isento e o autor, como é natural, toma partido pela monarquia, o que não é o meu caso, nem mesmo depois de o ter lido. Mas há aspectos interessantes que cumpre destacar.



(continua)
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RosaLati
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyTer 28 Nov - 10:51

(continuação)

A forma como o Estado Novo apagou a memória da monarquia constitucional, deformando a sua história, como, aliás, haveria de fazer com a I República, no intuito de justificar a ditadura, atribuindo ao parlamentarismo e às liberdades públicas a origem dos males do país [a crítica ao parlamentarismo da monarquia constitucional tem, obviamente, antecendentes vigorosos em Antero de Quental, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, entre outros, sendo continuada pelos homens da Seara Nova e do Integralismo Lusitano; cf. (2) o conteúdo das críticas ao parlamentarismo durante a Monarquia constitucional, e (3) a proximidade de pontos de vista entre o grupo da Seara Nova e o Integralismo Lusitano, durante a 1ª República]. O talento com que o autor nos revela a história quase desconhecida das divergências e convergências entre tradicionalistas e liberais, a clivagem entre a facção constitucional e a facção miguelista que, segundo o autor, determinou muitos dos desentendimentos no período posterior à proclamação da República. E a relação ambígua que Salazar manteve com os monárquicos, o que levou Amaro Monteiro a escrever: “Não havia um lugar-tenente do Rei junto dos monárquicos e do poder constituído. Havia, sim, um lugar-tenente de Salazar junto do Rei e dos monárquicos.” Muitos destes deixaram-se atrair pelo autoritarismo e, como realça Castro Henriques, desse modo confundiram a ideia monárquica com o próprio Estado Novo. Outros houve, como o próprio Paiva Couceiro, Almeida Braga, Alberto Monsaraz, Rolão Preto, Vieira de Almeida e Pequito Rebelo, que viriam a distanciar-se do salazarismo e, mais tarde, com Gonçalo Ribeiro Teles, Francisco Sousa Tavares, Barrilaro Ruas e outros mais jovens, como Joaquim Ferreira do Amaral e Luís Filipe Coimbra, a participar activamente na oposição democrática, quer na campanha presidencial de Humberto Delgado, quer nas eleições de 1969, já com Marcelo Caetano no poder. Deve-se a Barrilaro Ruas o facto de o último Congresso de Aveiro ter mudado a designação de Republicano para Democrático como condição para nele participarem os monárquicos. Sublinhe-se ainda a demarcação que D. Duarte fez relativamente à tendência autoritária: “Penso que o conceito de monarquia tem de se separar hoje radicalmente do integralismo com tudo o que respeita ao Estado autoritário. A monarquia ou é democrática ou não é.” [cf. (5) - a Monarquia e a Democracia, hoje, à luz do neo-integralismo.]

D. Duarte lembra que nos anos sessenta assistiu a algumas reuniões de seu pai, o qual sabia que a Pide vigiava S. Marcos, em casa de sua tia Filipa, com opositores do regime, como António Sérgio e Raul Rego. Diga-se de passagem que não conheci ninguém mais republicano que Raul Rego.

Há também o episódio trágico-cómico da chamada revolta da Sé em 1959, na qual participaram monárquicos e católicos progressistas, como por exemplo Manuel Serra. D. Duarte Nuno deu a Rolão Preto, Sousa Tavares e Amaro Monteiro instruções para redigirem uma Proclamação, mas teve a ingenuidade de confiar na lealdade do seu lugar-tenente, General Bénard Guedes, que foi informar Salazar. E assim se gorou mais uma tentativa de derrubar o regime.

Castro Henriques traça o percurso de D. Duarte, desde a infância até à sua passagem pelo Colégio das Caldinhas e, mais tarde, o Colégio Militar. Da sua educação dirá D. Duarte: “ Os principais factores foram o profundo portuguesismo e o bom senso de meus pais.” E algo que por experiência própria também sei: “Note que os portugueses da emigração são geralmente os mais patriotas.” Visita África, uma das suas paixões. E com 22 anos, inicia o serviço nas Forças Armadas, sendo mobilizado para Angola, onde chega em 1968, seis anos depois de mim. A sua visão dos problemas ultramarinos nem sempre coincide com a posição oficial do regime. Compreende que o centralismo da metrópole está na origem dos movimentos de independência. Propõe uma maior participação dos africanos na vida pública e uma evolução para uma federação lusófona. É mais ou menos a tese que mais tarde será defendida por Spínola em “Portugal e o futuro.” As suas posições, ainda que longe de serem radicais, tornam-se incómodas e D. Duarte, por razões não de todo esclarecidas, é obrigado a regressar a Lisboa por ordem expressa de Marcelo Caetano.

Não vou substituir-me ao autor e contar a história toda. Trata-se de uma biografia feita com rigor e bom gosto, que nos revela um D. Duarte talvez por vezes inesperado e desconhecido, com um inegável sentido de missão e um espírito de dedicação ao seu país, gostando de viajar e conhecer as diversas partes do mundo por onde os portugueses passaram.

Sobre o problema da restauração ou não da monarquia durante o Estado Novo, o autor faz uma síntese curiosa sobre as ilusões de muitos monárquicos e até de alguns republicanos: “Os republicanos ficavam com uma república … mas sem a democracia; os integralistas ficavam com um Estado autoritário … mas sem a monarquia.” [esta interpretação equívoca acerca do integralismo face ao Estado Novo pertence naturalmente a Mendo Castro Henriques, aqui citado por Manuel Alegre; cf. (4) - a recusa do Estado Novo por parte do Integralismo Lusitano]

Eu não sabia, mas fiquei agora a saber, que, encontrando-se de passagem em Saigão, nas vésperas do 25 de Abril, ao tomar conhecimento da revolução, D. Duarte escreveu um documento em que manifestou o seu inteiro apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional, assim como a sua adesão ao programa para a instauração da democracia.. Segundo Mendo Castro Henriques, este documento marca o programa da geração que trouxe a monarquia para a democracia.[O referido "programa" tem antecedente em obras de Mário Saraiva - Coordenadas do Poder Real (1961) e Razões Reais (1970). A obra Razões Reais foi escrita e publicada para a Comissão Doutrinária da Causa Monárquica, tendo sido imediatamente saudada pelo então Chefe da Casa Real, Dom Duarte Nuno de Bragança, e acolhida pelos herdeiros reconhecidos do Integralismo Lusitano - (5) cf. a Monarquia e a Democracia, hoje, à luz do neo-integralismo]

Voltemos, no entanto, aos grandes temas da cidadania, que são os mais actuais e porventura os mais surpreendentes deste livro. Ora vejamos: “A degradação da soberania do Estado «na ordem internacional» resulta da falta de controle sobre os mercados financeiros. À sombra das ideias de «paz pelo comércio» surgem os predadores que não pertencem a qualquer escola de pensamento, não têm uma aventura colectiva, nem possuem um horizonte histórico, não são de direita nem de esquerda, nem do norte nem do sul. A sua única motivação é o dinheiro.”

Esta prosa não é minha, nem de nenhuma conhecida figura da extrema-esquerda. É de Mendo Castro Henriques, que acrescenta: “D. Duarte não é um plutocrata.” E mais adiante: “Os representantes dos Estados exercem cada vez menos poder. Entre os governos do G-8 e o resto há um abismo. Os primeiros impõem decisões. Os outros acatam-nas. E dentro do G-8 há um abismo entre o EUA e os «sete anões», porque os EUA dispõem de indiscutível supremacia militar.”

Esta prosa continua a ser a de Castro Henriques e por aqui se vê como, nesta hora de globalização desregulada, as pessoas podem convergir nas mesmas preocupações, independentemente da forma de regime que defendem. E o que diz D. Duarte? Ouçamos: “Numa sociedade onde se enfrentam os interesses de grupos sociais distintos, creio que o Estado democrático deve tentar tornar a convivência mais justa, mais solidária e mais livre, através da fiscalidade, da segurança social, dos serviços públicos. E as pessoas têm lealdade para com o seu Estado na medida em que dele extraem os benefícios que lhes foram prometidos pelo contrato social.”

Outros temas, caros a D. Duarte, são os que também me preocupam e devem preocupar qualquer cidadão interessado em renovar a democracia e contribuir para uma sociedade mais justa e solidária. As liberdades nacionais, o ordenamento do território, o ambiente, o património e o ensino da História, as energias alternativas, a justiça social, a desertificação, a promoção da língua portuguesa e o interesse pela lusofonia, o apoio às comunidades portuguesas, a imigração, a necessidade de programas para grupos culturais específicos como os ciganos, a urgência de ajudar os mais pobres e melhorar as suas condições de vida – eis temas recorrentes nas mensagens, na acção e nas intervenções de D. Duarte.

O ordenamento é um instrumento da identidade cultural dos povos e da independência política dos Estados. Por isso concordo com D. Duarte quando critica “o desequilíbrio ecológico, a degradação social, a decadência estética, a saturação demográfica das metrópoles e dormitórios, o despovoamento dos campos e das serras.” E também quando afirma: “A destruição da memória e das culturas e a desertificação não podem ser travadas por visões sectoriais e economicistas do desenvolvimento regional, porque desconhecem a essência dos diferentes elementos vivos constituintes do território, a complexidade do seu relacionamento, a evolução das suas formas e o funcionamento dos sistemas ecológicos em que se integram.” Concordo ainda quando diz que é “indispensável encontrar novos modelos de desenvolvimento que diminuam as assimetrias, porque não é sustentável tantos milhões de pessoas viverem em escandalosas pobreza ou sob desesperante opressão.”

Estes temas e estas reflexões fazem parte da cidadania moderna, dum renovado conceito de patriotismo e de uma comum preocupação cívica de todos os que não se resignam à injustiça, à desertificação, à destruição do território, à decadência das cidades e à dissolução nacional. Há neste livro uma frase muito bonita e que tenho pena de não ter escrito: “Numa antiga Nação como Portugal, mesmo o mais pobre de entre nós nasce rico – de uma língua, de uma História, de uma cultura.”

Não escrevi a frase, que é de D. Duarte, mas durante a campanha para as eleições presidenciais não me cansei de repetir que, entre os países do mesmo peso demográfico, Portugal é o único que pode ser no mundo um actor global. Precisamente pela História, pela cultura e pelo nosso bem mais precioso – a grande língua portuguesa. E por isso também salientei que devemos estar na Europa com um olhar português, que é um olhar de abertura ao mundo e de valorização da comunidade dos povos de língua portuguesa, a qual, em meu entender, deverá vir a ter também uma componente militar para que possa adquirir no mundo um outro peso e um outro significado.

Sei que D. Duarte se inquieta com alguns riscos decorrentes da nossa integração na União Europeia. Gostaria de deixar claro que, em meu entender, não temos outro caminho senão o de nos mantermos no centro das decisões. E aí, sem arrogância nem subserviência, lutarmos contra o défice democrático e social, por uma maior responsabilização dos parlamentos nacionais e por uma maior coordenação das políticas económicas, tendo em vista a coesão e solidariedade, objectivos essenciais do projecto europeu. Devíamos também pugnar por uma revisão dos critérios de Maastricht, que nos retiram a possibilidade de, através do investimento público, o Estado intervir para diminuir assimetrias e desigualdades e nos obrigam, para reduzir o défice orçamental, a tomar medidas que não permitem resolver o outro défice, o défice social.

Finalmente, a questão da globalização. Com as navegações, Portugal aproximou povos e continentes e esteve na origem da primeira mundialização. Através do “ver claramente visto” e de uma nova consciência experimental, os navegadores portugueses fizeram então uma revolução cultural e científica que abriu as portas ao renascimento europeu. De certo modo, quando as naus portuguesas sulcavam os mares desconhecidos, nós fomos Europa antes de a Europa o ser. “Não há que discutir as navegações, dizia António Sérgio, elas foram inevitáveis”. Tal como é hoje a globalização. O problema é que esta foi apropriada, em benefício próprio, pelos sectores financeiros mais poderosos. E estes, sim, é que fazem que um fenómeno que devia ser uma fonte de enriquecimento e conhecimento, esteja desregulado e a provocar novas exclusões, desigualdades e desequilíbrios.

O nosso caminho deve ser o de nos defendermos dos riscos de dissolução nacional perante os interesses financeiros e, por outro lado, o de tornarmos Portugal um país mais competitivo, o que passa pela qualificação das pessoas, pela educação, pela cidadania e, como queria António Sérgio, pela reforma das mentalidades. E passa também pela afirmação dos nossos valores. Como se diz neste livro – “Se nós desprezamos o nosso passado e a nossa identidade cultural, estamos a desprezar-nos a nós próprios.” Afirmar os nosso valores é afirmar a abertura aos outros, a tradição universalista, o anti-racismo, a língua e aquela “lusitana antiga liberdade” de que falava Camões.

Os que fizeram Portugal através dos séculos não andaram a realizar inquéritos para saber quem queria ou não queria ser português. É esse o espírito de que de novo precisamos para erguer Portugal acima dos interesses financeiros e obscuros, contra a abdicação e o novo-riquismo, contra o conformismo, contra a corrupção, contra o egoísmo e o poder do dinheiro. Para fazer de Portugal, como se diz no Preâmbulo da Constituição, “um país mais livre, mais justo e mais fraterno”, é preciso preservar o nosso património comum, renovar a cidadania e afirmar sem complexos o orgulho de ser português.

É por isso que eu, que sou republicano, partilho muitas das preocupações expressas por um autor monárquico e também de valores defendidos por D. Duarte. É que essas preocupações e esses valores estão para alem do ser monárquico ou republicano. São de todos os portugueses que não precisam de encomendar sondagens para saber que querem continuar a ser portugueses e a fazer de Portugal hoje, tal como no passado, uma Nação de vanguarda, uma Nação Piloto. Porque, como escreveu Fernando Pessoa – “A Europa jaz, posta nos cotovelos. (…) Mas o rosto com que fita é Portugal.”

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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyQui 30 Nov - 11:29

Afonso de Santa Maria, dez anos de idade, participa hoje no tradicional Jantar dos Conjurados, iniciando assim as funções ao serviço da Causa Real e assumindo o papel protocolar para o qual, segundo comunicado da Real Associação de Lisboa, “tem vindo a ser preparado, como figura representativa ao serviço de Portugal e da Monarquia”.


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Afonso de Santa Maria João Miguel Gabriel Rafael Herédia de Bragança, de seu nome completo, primogénito de D. Duarte, Duque de Bragança, herdeiro do trono de Portugal, participa no Jantar dos Conjurados juntamente com a família. O príncipe, segundo a mesma fonte, revela “forte paixão pela Biologia e tem um domínio perfeito do Inglês”. Na sua preparação, para a chefia da Casa Real, conta-se o desenvolvimento de aptidões artísticas, humanas e sociais. Afonso tem dois irmãos: Maria Francisca e Dinis de Bragança, o mais novo dos três.

A cerimónia tradicional tem lugar às 20h00 na Quinta de Santa Sofia, em São Domingos de Rana. Inicia-se com uma mensagem de D. Duarte sobre o 1.º de Dezembro, seguindo-se depois a intervenção do presidente da Real Associação de Lisboa. Será uma noite de convívio onde o fado é nota presente na voz do fadista João Braga.

Além de convívio, o jantar tem grande significado político para a Monarquia, pois os conjurados eram um grupo nacionalista português nascido durante o domínio dos espanhóis sobre Portugal, durante o reinado de Filipe IV de Espanha (Filipe III de Portugal). O grupo era constituído por 40 homens na sua maioria da nobreza e o objectivo era destituir os Filipes e proclamar um rei português. A 1 de Dezembro de 1640, os conjurados invadiram o Palácio da Duquesa de Mântua, atiraram Miguel de Vasconcelos pela janela e proclamaram rei D. João IV.

IN CORREIO DA MANHÃhttp://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=222791&idselect=90&idCanal=90&p=200
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyDom 3 Dez - 12:15

Caros amigos

Hoje saiu no Diário de Notícias (03-12-2006) uma entrevista interessantíssima a D.Duarte Pio,na qual se pode tirar um pouco da sua visão,que acho democrática,sobre diversos temas da nossa sociedade incluindo a sua opinião àcerca da despenalização do aborto e do referendo.

Convido os colegas a lê-la se puderem.

Um abraço da Beladona
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptyQua 13 Dez - 12:51

Caros amigos

Queria expôr-vos uma dúvida e como não sabia onde a colocar,pu-la neste tópico.

A minha dúvida e por isso questiono-vos:

Sabem dizer-me se D.Duarte Pio passou a fazer parte da Maçonaria,e ou de outra Ordem e qual ou quais?

É que me veio parar aos ouvidos uns zunzuns que efectivamente D.Duarte passou a fazer parte da Maçonaria.

Desde já o meu muito obrigada

Beladona
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MensagemAssunto: Re: CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS   CASA REAL PORTUGUESA, EVENTOS E INICIATIVAS MONÁRQUICAS EmptySex 15 Dez - 14:09

Querida amiga, realmente não a posso ajudar, pois não li nada sobre o assunto.
Vamos ver se algum participante mais intrusado no meio, saberá dar resposta.

Um abraço
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